Como se faz uma cirurgia de mudança de sexo?
Entenda como são feitas as transformações nesta versão censura livre - acredite, você não quer ver as fotos.
Emiliano Urbim, Renata Steffen, Willian Vieira e Alez Silva
Com convicção: no Brasil, é preciso ter mais de 21 anos e encarar 24 meses de acompanhamento médico até que a cirurgia seja autorizada – sem contar a fila do SUS.
Você pode conferir a explicação animada no infográfico Como se faz uma cirurgia de mudança de sexo?
HOMEM PARA MULHER
Como se fosse Lego, desmonta-se o pênis original e usam-se as mesmas peças para construir um novo.
1. Intervenção
Com anestesia geral, o paciente recebe uma incisão que contorna todo o saco escrotal e o pênis – cuidando para não atingir o aparelho urinário, que será adaptado para que o paciente possa urinar sentado. No final, o corte vai se transformar em uma vagina com profundidade de 12 a 15 cm.
2. Vazio
Os testículos são retirados, para evitar a produção de hormônios masculinos. O tecido cavernoso do pênis também sai, restando apenas a glande, presa por um fiapo de tecido nervoso, antes responsável pela ereção.
3. Cavidade
A pele do pênis cobre o canal vaginal, dando sensibilidade à região, e a glande vira uma espécie de clitóris. Assim, a nova mulher pode até chegar ao orgasmo. Prepúcio e escroto formam os lábios vaginais. Para que o buraco não feche, é preciso usar com frequência um alargadora – ou praticar muito sexo com penetração. “Vinte minutos diários é o mais aconselhável”, diz Preecha Tiewtranon, tailandês considerado o papa da troca de sexo.
MULHER PARA HOMEM
Bem mais raro que o processo anterior, este se baseia no aumento do clitóris por causa de hormônios masculinos.
1. Testosterona
A paciente tem de tomar diariamente 200 mg de testosterona. Os resultados são: fim da menstruação, voz mais grave, mais massa muscular, às vezes calvície, mais pelos e o desenvolvimento do clitóris – que tem a mesma origem embrionária do pênis (só que um cresce e o outro não).
2. Crescimento
Quando o clitóris alcança 6 cm, o órgão é “despregado” do púbis para que possa ter autonomia de movimento. A uretra é aumentada com tecido extraído da antiga vagina. “O paciente sai daqui urinando em pé”, diz a responsável pelo ambulatório de transexuais do Hospital das Clínicas de São Paulo, Elaine Costa.
3. Psicologia
Os testículos são formados com o tecido dos grandes lábios vaginais, que passarão a envolver duas próteses esféricas de silicone. Fica bem parecido. Quanto ao neopênis, o resultado é mais psicológico: além de minúsculo, quase não serve para penetração.