Como sobreviver a animais da selva e da firma
O ambiente corporativo abriga uma fauna tão variada e desconhecida como a de qualquer floresta. Saiba como transitar entre esses bichos
Sucuri
Na selva
Se você topar com uma quando viajar ao Pantanal, não ligue para ela. Embora possa chegar a 12 metros de comprimento e espremer e engolir capivaras, a sucuri não é venenosa e raramente ataca humanos. Se ela o morder e o prender com a boca, não adiantar puxar: aperte a base de sua mandíbula, que ela soltará a mão imediatamente.
Na firma
No trabalho, cobra é o sujeito que cria intrigas e enrola os colegas em fofocas. Esse tipo procura presas fáceis. Por isso, quando alguém assim tentar envolvê-lo, faça como no Pantanal: não dê a mínima. Se as fofocas se agravarem, daí, sim, parta para o ataque. Enfrente o problema para deixar a relação com os colegas em pratos limpos.
Onça-pintada
Na selva
Onças-pintadas podem correr a 60 km/h – bem mais que os 43,9 km/h do jamaicano Usain Bolt no auge de sua performance. Se uma delas vier com cara feia para você, não adianta correr nem subir no galho – elas sobem até onde o galho suportar. O melhor é fazer barulho, disparando armas para o alto, para o bicho se assustar.
Na firma
Se o seu chefe é como uma onça – faz pedidos selvagens e tem um apetite voraz pelo trabalho –, tente conquistar sua confiança. Quando ele vier com mais trabalho e prazos apertados, negocie mais tempo em troca de qualidade. “O melhor jeito de dizer não é mostrando o lado positivo dessa recusa”, diz o consultor Alexandre Freire.
Urso
Na selva
Se for marrom ou cinza, sua melhor chance é esticar-se no chão e fingir-se de morto, de costas e com as mãos no pescoço, protegendo partes vitais. Ele deve desistir e largar você lá depois de uns pisões. Se for um urso-negro, ataque-o pelo nariz, jogando pimenta ou algo assim – ele tem o olfato muito sensível e vai dar no pé.
Na firma
Quando seu chefe hiberna como um urso e não cria oportunidades para você subir na firma, não fique parado no mato. “O melhor é ser intra-empreendedor, ou seja, bolar projetos e mostrar capacidade de inovar”, diz Alexandre Freire. Se isso não der certo, então a melhor coisa a fazer é procurar outra floresta.
Fontes: Kleber del Klaro, presidente da Sociedade Brasileira de Etologia, Otávio Marques (Instituto Butantan), Eleonore Setz (Unicamp), Otto Gadig (Unesp) e Alexandre Freire, consultor