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Conheça a Bluesky, rede social do criador do Twitter

A possibilidade de uma mensalidade para o X (sugerida por Elon Musk) bastou para que a plataforma tivesse um pico de novos usuários. Saiba como ela surgiu.

Por Caio César Pereira
21 set 2023, 19h33

Na última segunda-feira (18), durante uma videoconferência ao vivo com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o bilionário Elon Musk, dono da Tesla e do X (o finado Twitter), levantou a possibilidade de começar a cobrar uma taxa mensal para todos os usuários da rede social. 

A sugestão (que, se confirmada, se juntaria às várias mudanças que Musk fez na plataforma) bastou para que a Bluesky, a concorrente do antigo pássaro azul, batesse o recorde de novos usuários: 42 mil em 24 horas. Mas, afinal: de onde surgiu a Bluesky? E  que ela tem de diferente (e de semelhante) com o X?

História

A plataforma do “céu azul” (a tradução literal do nome) surgiu em 2019, e até então, fazia parte do ecossistema do antigo Twitter. Ela foi criada pelo cofundador e ex- CEO do próprio Twitter, Jack Dorsey. A rede tornou-se independente em 2021, quando Dorsey pulou fora da antiga empresa.

A iniciativa nasceu com uma proposta um tanto diferente. Enquanto redes sociais mais famosas como X (Twitter), Facebook e Instagram possuem servidores administrados por uma única empresa, a Bluesky é do tipo rede social federada. 

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Mas o que é isso? Uma rede social do tipo federada funciona de forma similar a um e-mail. Ou seja, ela não possui um único servidor hospedando o site, mas sim em vários lugares diferentes. Na prática, isso significa que sua gestão é descentralizada.

Ela foi criada com base no Protocolo AT (Authenticated Transfer, ou protocolo autenticado de transferência), que tem como objetivo permitir a portabilidade da plataforma com qualquer outra conta, rede social, site e etc. Além disso, o projeto é de código aberto, o que significa que cada pessoa pode baixar o programa e modificar da forma que quiser. 

A ideia é que, dessa forma, as pessoas tenham controle sobre os seus dados, sem que eles fiquem armazenados no banco de dados de qualquer empresa. Além disso, a plataforma promete dar ao usuário o controle sobre o funcionamento dos algoritmos que operam na rede social.

A Bluesky ainda está em fase de testes para IOS e Android, mas não está disponível para todos: para entrar, é preciso convite (alô, Orkut!). E, para ganhar um convite, é necessário fazer um cadastro em uma lista de espera no próprio site da empresa.

Como funciona?

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Na prática, ele não é muito diferente do visual do Twitter. No centro da tela, há a linha do tempo (timeline; ou, aqui, skyline). À esquerda, temos o menu da rede, com as configurações, feed, perfil, e etc. Os posts (ou skeets) podem conter até 300 caracteres, e o trending topics aqui é chamado de What’s Hot.

Mas, como todo programa em fase beta, ainda nem tudo são flores. Não dá, por exemplo, para enviar DMs (as mensagens diretas). Também não há suporte para vídeo ou até mesmo GIFs.

Se o Bluesky vai conseguir destronar o Twitter (digo, X), ainda é cedo para dizer. Mas é fato que, a cada nova decisão tomada por Musk (o fim do selo de verificação gratuito, a mudança no algoritmo de entrega de conteúdo, a possível mensalidade), a rede social de Dorsey cresce mais. Não deixa de ser curioso, já que a Bluesky (a criatura) surgiu como um puxadinho do próprio Twitter (o criador). Seria um desfecho de história digno de Frankenstein.

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