Conheça a nova espécie de dinossauro anão encontrada no Brasil
O dino, que recebeu o apelido de Bilbo, é um dos menores dinos pescoçudos já descritos. Saiba como ele era.
É do Brasil o primeiro saurópode comprovadamente anão das Américas, que recebeu o apelido de Bilbo – uma referência ao protagonista de O Hobbit e sua estatura diminuta. Arqueólogos descreveram a nova espécie em estudo publicado na última quinta (15) na revista científica Ameghiniana.
Bilbo era um dinossauro nanico e pescoçudo que viveu há 80 milhões de anos (final do período Cretáceo) no interior do estado de São Paulo. Pesquisadores o descobriram a partir de fósseis encontrados na cidade de Ibirá, na formação de São José do Rio Preto – um lugar de escavações no noroeste paulista.
O grupo dos saurópodes inclui os maiores animais que já caminharam pela Terra. No subgrupo do Bilbo, por exemplo, os titanossauros, há espécies que chegavam aos 30 metros de comprimento. O dino recém-descrito vai na contramão dessa tendência: estima-se que ele tivesse 5,7 metros. É um dos menores dinos pescoçudos já descritos pelos cientistas.
Bruno Navarro, paleontólogo da USP, liderou o novo estudo e contou com a colaboração de pesquisadores de sua universidade, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e de outras instituições nacionais e internacionais.
Os cientistas analisaram os fósseis encontrados em Ibirá e compararam com os de outros animais do mesmo grupo encontrados no Brasil e em outros países. Eles também fizeram tomografias computadorizadas que mostraram que os ossos são de indivíduos adultos – e, portanto, a espécie é realmente anã.
Aline Ghilardi e Tito Aureliano, pesquisadores da UFRN que participaram do estudo, explicam que os dinossauros com nanismo são geralmente encontrados em ilhas antigas e tropicais. E o que faria Bilbo no interior paulista? O estudo defende que o corpo reduzido de alguns titanossauros seria resultado de condições ambientais, como a baixa umidade e a escassez de alimento dos arredores de Ibirá na época em que Bilbo habitava o planeta.
O nome científico do animal, Ibirania parva, também foi escolhido devido ao seu tamanho. “Parva” é uma palavra em latim para “pequeno”. Já “Ibirania” é uma junção de Ibirá (a cidade) e “ania”, palavra em grego para caminhante ou peregrino. Como “ibirá” é uma palavra em tupi para “árvore”, o nome da espécie pode ser traduzido como “pequeno peregrino das árvores”.
A descrição da nova espécie aconteceu agora, mas os fósseis usados no estudo já levaram a outras descobertas. Em 2020, por exemplo, foi neles que cientistas encontraram, pela primeira vez, parasitas sanguíneos preservados em ossos de dinossauros.
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