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Conta do Twitter quer mostrar como árvore responde a mudanças no clima

Iniciativa é mantida por pesquisadores da Universidade Harvard, e traz informações diárias sobre carvalho centenário que vive em floresta dos Estados Unidos

Por Guilherme Eler
30 jul 2019, 17h17

O que uma árvore pode dizer sobre o clima do planeta em uma determinada época? A resposta é: muita coisa. A partir do ritmo de crescimento da planta, registrado na largura dos anéis em seu tronco, é possível saber se um certo ano foi mais quente ou registrou temperaturas mais baixas – se contou com poucas chuvas, ou se o nível de umidade foi acima da média. A velocidade com que ela retira água do solo e a distribui para as folhas, da mesma maneira, pode indicar o quanto vem retendo gás carbônico, por exemplo.

Pensando nisso, pesquisadores americanos criaram um diário que mostra como uma árvore pode ser um retrato fiel do ambiente. O organismo escolhido é um representante de peso: um carvalho-vermelho de 26 metros de altura, que vive há 99 anos na floresta-laboratório mantida pela Universidade Harvard em Petersham, nos Estados Unidos. E a ferramenta que serve como diário de bordo é nada menos do que um perfil no Twitter.

Sensores presos na árvore enviam dados para um software, que está conectado a um algoritmo. Este algoritmo, então, tem a função de alimentar a página do carvalho na rede social. As postagens começaram no último dia 17 de julho e dão atualizações sobre aspectos como a taxa de crescimento de seu tronco, temperatura, velocidade do vento e umidade. Você pode acompanhar tudo seguindo a conta @awitnesstree.

“Neste ano, meu tronco cresceu 1.5 milímetros em seu diâmetro. A partir da metade do verão, meu ritmo de crescimento começa a diminuir”, disse no dia 23 de julho. No dia anterior, 22 de julho, o recado era sobre a mudança de tamanho ao longo do mês atual: “meu tronco cresceu 0.255 milímetros até agora, e meus galhos, 0.279 milímetros”.

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Há, também, registros sobre a temperatura local. “Ontem estava muito quente. Com uma média diária de 27 °C, foi o 24° dia mais quente que eu me lembro já ter presenciado”, tweetou o perfil, no dia 21 de julho. Tudo feito sempre em primeira pessoa, como se o próprio carvalho centenário tirasse um tempinho para atualizar quem o segue em seu microblog.

“O organismo vivo mais velho com um perfil em rede social que se tem notícia; um embaixador da vida em um ambiente em mudança”, escreve a Universidade Harvard na página dedicada ao projeto. Quanto à história de ser o espécime mais antigo a marcar presença em uma mídia social, há outros que reivindicam esse título. A árvore-testemunha está, por exemplo, atrás deste fóssil de T-Rex com 67 milhões de anos que, além de dar as caras no Twitter, vive no Museu Field de História Natural de Chicago (EUA). Mas que o tal carvalho-vermelho pode, sim, ser um retrato das mudanças climáticas preciso como poucos, disso não há dúvida.

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