Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Cordeiros nascem saudáveis após quatro semanas em útero artificial

O próximo passo é aplicar a tecnologia em maternidades – e salvar a vida de bebês que nascem com só 6 ou 7 meses de vida

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
26 abr 2017, 15h54

É uma cena digna de Matrix, mas a notícia é boa. No interior de um saco plástico transparente, com a aparência de uma embalagem zip lock, um cordeirinho nascido prematuro termina sua gestação com sucesso fora do corpo da mãe – e ganha uma segunda chance de desenvolver seu cérebro, coração e pulmões no ritmo correto.

O invólucro é preenchido por uma versão sintética do líquido amniótico de um útero real, que é filtrado constantemente. Além de isolar o bebê prematuro das infecções a que seu sistema imunológico seria exposto no ambiente de um hospital, a substância mantém os pulmões do recém-nascido submersos, um pré-requisito para seu desenvolvimento adequado.

A respiração é artificial. Uma máquina do lado de fora da bolsa tira gás carbônico e adiciona oxigênio ao sangue do cordeiro – o líquido entra e sai pelo cordão umbilical impulsionado pelos próprios batimentos cardíacos do filhote, não é preciso bombeá-lo. O método evita danos ao delicado sistema circulatório do feto e simula a troca de gases com a mãe.

Essa experiência com ares de ficção científica foi liderada por Emily Partridge, do Hospital Pediátrico da Filadélfia, nos EUA, e os resultados estão disponíveis no periódico científico Nature Communications. A pesquisa envolveu seis fetos de ovelha. Todos nasceram entre 105 e 112 dias após o início da gestação – o equivalente a só seis meses na espécie humana. Após quatro semanas no interior do equipamento, todos sobreviveram. Depois do sucesso com os ovinos, a intenção dos pesquisadores é aplicar a tecnologia em maternidades humanas – onde as estatísticas ainda são preocupantes.

No mundo, 75% das mortes de recém-nascidos são culpa de partos prematuros. Bebês que vêm ao mundo com só 23 ou 24 semanas de gestação (nos EUA, essa é a situação de 6% das crianças) morrem em cerca de 40% dos casos. Entre 20% e 50% dos que sobrevivem passam o resto da vida com deficiências respiratórias – o corpo de uma criança de menos de um quilo não está pronto para lidar com a intubação e a ventilação artificial de uma UTI.  

O útero artificial não mudou em nada a saúde e as chances de sobrevivência dos bebês ovelha que “nasceram de novo”. Em outras palavras, não fez diferença para o desenvolvimento e saúde das cobaias passar seis meses na mãe e um na máquina ou sete meses na mãe. Os pesquisadores já deixaram claro, porém, que seria impossível tirar a mãe da equação – a intenção do estudo é simplesmente melhorar as chances de sobrevivência de fetos em urgências médicas.

“Eu fico impressionado toda vez que vejo nossos cordeirinhos”, afirmou à imprensa Alan Flake, coautor do artigo. “É incrível ver o feto no interior do equipamento agindo da maneira como age no útero, e conseguir dar continuidade a uma gestação normal fora da mãe.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.