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Corpo humano pode estar chegando ao limite, diz estudo

Cada geração é mais alta, forte e longeva que a anterior – mas isso está parando

Por Eduardo Sklarz
Atualizado em 3 jan 2019, 19h07 - Publicado em 26 fev 2018, 14h27

Cientistas franceses e brasileiros analisaram os registros de longevidade, altura e força física das pessoas em diversos países ao longo dos últimos 120 anos – e constataram que, mesmo com os avanços da medicina e as melhorias nas condições de vida, esses indicadores pararam de aumentar na década de 1980. “Podemos estar chegando a um limite biológico”, disse à SUPER Juliana Antero, pesquisadora do Instituto Nacional do Esporte da França e coautora da pesquisa.

O que explica esse fenômeno?
Há um limite físico do corpo. O número de vezes que nossas células podem se replicar e regenerar é limitado, assim como o número de vezes que o coração pode pulsar ao longo da vida [2,5 a 3 bilhões de batimentos, em média]. Além disso, o nosso organismo foi forjado durante uma longa evolução, e não houve tempo para que a genética se adaptasse a uma longevidade tão alta quanto a de hoje.

Você pode dar exemplos dessa estagnação?
O recorde de longevidade é da francesa Jeanne Calment, que viveu 122 anos e morreu em 1997. Há mais de 20 anos ninguém vive tanto. No esporte, as marcas são batidas em cada vez menos modalidades. A recordista olímpica dos 800 metros rasos, por exemplo, ainda é a tcheca Jarmila Kratochvilova, que marcou seu tempo [de 1min53s28] em 1983. Também há uma tendência de estabilização na estatura dos adultos. Nos países nórdicos, os filhos já não são mais altos que os pais. Na NBA, a altura média dos jogadores é a mesma, 2 metros, desde 1984.

Quais as consequências desses limites?
É importante ter consciência deles e ser realista. Em vez de sonhar em viver 150 anos, devemos trabalhar pela igualdade na expectativa e na qualidade de vida, para que o máximo de pessoas possa viver perto do limite, e de forma melhor.

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