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Crocodilo pré-histórico brigava com dinossauros por presas – e provavelmente vencia

Fóssil bem preservado revela uma nova espécie e ajuda a entender a evolução dos crocodilianos.

Por Manuela Mourão
Atualizado em 4 set 2025, 19h14 - Publicado em 4 set 2025, 19h00

No fim do período Cretáceo, dinossauros gigantes como o Megaraptor dominavam a região onde hoje está Patagônia, na América do Sul. Mas eles não eram os únicos predadores no topo da cadeia alimentar: um crocodilo terrestre recém-descoberto, batizado de Kostensuchus atrox, era tão letal quanto os outros carnívoros.

“Eles também eram grandes o suficiente para lutar contra megaraptores e dromaeossauros por presas”, disse Fernando Novas, paleontólogo do Museu Argentino de Ciências Naturais Bernardino Rivadavia, ao jornal The New York Times. Novas é coautor do novo estudo descrevendo a espécie, publicado no periódico PLOS One.

Os fósseis deste predador voraz foram encontrados em março de 2020, durante uma expedição em Santa Cruz, província argentina marcada por paisagens áridas e ventos fortes. A rocha que preservava o crânio do animal remonta a aproximadamente 72 milhões de anos – seis milhões de anos antes do fim do Cretáceo. Novas e sua equipe já haviam registrado ali vestígios de dinossauros de pescoço longo e predadores com garras curvas. Mas, ao caminharem pelas planícies, depararam-se com um bloco pesado que exibia sinais de um crânio crocodiliano.

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Diferentemente de outros fósseis deste grupo, o espécime de Kostensuchus estava muito bem preservado: partes como crânio, coluna vertebral, ombros e quadris articulados estavam intactos – algo raro, que surpreendeu pesquisadores do mundo inteiro. 

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As estimativas indicam que esse jacaré pré-histórico era menor que alguns de seus parentes aquáticos contemporâneos, mas isso não o tornava menos assustador. Com o porte de um tigre-siberiano – cerca de 3,5 metros de comprimento e mais de 250 quilos –, o réptil percorria as florestas da Patagônia em busca de presas. Ele possuía mandíbulas largas e dentes serrilhados, comparáveis às lâminas de facas de açougueiros.

Fotografia do fóssil Kostensuchus atrox.
(Fernando E. Novas/Diego Pol/Federico L. Agnolín/Ismar de Souza Carvalho/Makoto Manabe/Takanobu Tsuihiji/Sebastián Rozadilla/Gabriel L. Lio/Marcelo P. Isasi/Reprodução)

Seus dentes e mandíbulas são parecidos com os de grandes dinossauros predadores ou mesmo com os dos dragões-de-komodo modernos. “Eles seriam caçadores habilidosos, inclusive de dinossauros de médio porte”, ressaltam os autores.

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Enquanto crocodilos do Hemisfério Norte evoluíam para estilos de vida semiaquáticos, as linhagens sul-americanas e africanas seguiram outro caminho. Caminhavam com as pernas posicionadas sob o corpo, em postura ereta semelhante à dos mamíferos e dinossauros. O estudo revelou, no entanto, que o Kostensuchus possuía uma postura um pouco mais aberta, sugerindo que, embora fosse um predador terrestre competente, ele também provavelmente mantinha certa afinidade com ambientes aquáticos.

A descoberta amplia a visão sobre o ecossistema do Cretáceo na América do Sul, um palco de disputas constantes entre crocodilos gigantes e dinossauros carnívoros. Essa dinâmica perdurou mesmo após a grande extinção que dizimou boa parte dessas espécies. Até cerca de 20 milhões de anos atrás, enormes crocodilos terrestres (de outras linhagens) ainda competiam com as chamadas “aves do terror” pelas planícies sul-americanas.

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Em outras palavras, esses predadores não eram apenas coadjuvantes no espetáculo dominado pelos dinossauros. Em muitos ambientes, desempenharam o papel de “reis da selva” do seu tempo. Como resumiu Novas: “Em um mundo de crocodilos corredores de todos os tamanhos, Kostensuchus e seus primos posteriores eram equivalentes aos leões”.

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