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Devemos alimentar os pombos?

Só se você quiser espalhar doenças por aí. Se não, o melhor é ignorá-los

Por André Bernardo
Atualizado em 13 dez 2017, 19h36 - Publicado em 21 abr 2010, 22h00

Não. E dessa vez nossa resposta foi direta por um motivo simples: pombos são agentes transmissores de mais de 20 doenças. A mais grave delas, a criptococose, mata 30% em casos de diagnósticos tardios. Por isso, especialistas recomendam o uso de luvas e máscara na hora de limpar forros, telhas e calhas ou qualquer outro lugar com acúmulo de fezes de pombos — e os dejetos devem ser umedecidos antes de recolhidos, para evitar a inalação de fungos.

Ok, pombos são realmente “ratos com asas”, expressão popularizada pelo ex-prefeito londrino Ken Livingstone. Então, como se livrar deles? Pior que não adianta sair matando — até porque toda e qualquer tentativa de agressão aos pombos pode configurar crime ambiental, de acordo com a Lei Federal n° 9605, de 1998. Como explica a veterinária Carla Molento, da UFPR, se forem exterminados 10 em cada 100 pombos de uma população, há uma acomodação — aqueles que iam morrer de fome, frio ou doenças sobrevivem, e a população permanece estável. Matar pombos em Copacabana só vai ajudar os de Ipanema.

Contra pombos, melhor que o ódio é a indiferença. “É preciso que a população seja esclarecida sobre os riscos de alimentar essas aves e, em consequência disso, reprima quem distribui alimentos para elas. Só cessando essa distribuição é possível controlar o número de pombos em uma região”, explica Molento. Ou seja: sinta-se livre para reprimir quem espalha migalhas pela vizinhança.

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Estratégias para lidar com as aves

ONDE: São José do Rio Preto, SP.
AÇÃO: quem for flagrado dando comida às aves nas vias públicas poderá ser multado.

ONDE: Helsinque, Finlândia.
AÇÃO: placas de aviso em toda a cidade desencorajam turistas a dar comida aos pombos.

ONDE: Veneza, Itália.
AÇÃO: é proibido jogar arroz nos noivos em festas de casamentos, principalmente na tradicional praça de São Marco.

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ONDE: Londres, Inglaterra.
AÇÃO: monumentos eletrificados. O pombo que tentar se aliviar na estátua de Winston Churchill vai levar um choque.

 

Fontes: Arif Cais, zoólogo do departamento de zoologia e botânica da Unesp de São José do Rio Preto/SP; Carla Forte Maiolino Molento, veterinária da UFPR; Fernando da Costa Ferreira, diretor do Centro de Controle de Zoonoses da prefeitura do Rio de Janeiro; Flávio de Queiroz Telles Filho, médico infectologista da UFPR; e Margarete de Almeida Gottardo de Almeida, microbiologista da Famerp.

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