Barbara Axt
Sim, afinal você leu a pergunta acima. Mas não existe nenhum estudo comprovando que “a úncia csioa iprotmatne é que a piremira e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo”.
Esse texto começou a circular pela internet em 2003 e intrigou o pesquisador Matt Davis. Ele trabalha no departamento de Ciência Cognitiva da Universidade de Cambridge, Inglaterra, citada como autora do estudo. Ele estuda justamente como o cérebro processa a linguagem e, se essa pesquisa tivesse sido feita ali, Davis saberia. “Essa mensagem é mais um spam”, diz o lingüista.
Um exemplo de que a mensagem que circulou na internet não passa de uma brincadeira é que as versões em idiomas com estruturas complexas não fazem sentido. É o caso do finlandês, língua em que as palavras são bastante compridas.
Como leitores experientes, pulamos a etapa da leitura dos fonemas. “Nós identificamos a ‘silhueta’ da palavra. Mas isso não tem nada a ver com a primeira ou a última letra”, diz o professor de lingüística Guillaume Fon Sing. Dessa forma, mesmo com letras embaralhadas, nosso cérebro sabe qual a palavra conhecida mais próxima daquela bagunça. Mas, se o deslocamento das letras é grande, se as palavras são longas ou pouco conhecidas, a frase costuma ficar cteoampmnltee ddatrpaaisa*.