A planta carnívora Dionaea muscipla é uma caçadora eficiente – consegue pegar até mesmo moscas, algo dificílimo para seres bem mais complexos, como nós, humanos.
Agora uma pesquisa conbduzida por botânicos alemães, que acaba de ser publicada na revista Current Biology, desvendou o seu segredo: a papa-moscas sabe contar.
Os cientistas já sabiam que a chave do sucesso da planta está em pequenos pelinhos dentro dela, que funcionam como sensores de movimento – quando eles são tocados, a planta se fecha numa mordida letal. Acontece que os sensores nem sempre disparam. A planta não fecha quando uma gota de chuva ou uma rajada de vento move os pelinhos. Nem quando uma mosca acaba de pousar. Para entender por que, os pesquisadores ficaram mexendo nos sensores enquanto registravam os impulsos elétricos transmitidos por eles.
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O que eles perceberam é que a planta não faz nada quando o pelinho se mexe pela primeira vez. Ela só abocanha sua presa na segunda balançada do sensor – provavelmente uma estratégia desenvolvida para pegar o inseto distraído, depois que ele relaxou achando que nada de mal vai acontecer.
Aí, na terceira balançada do pelinho, ela começa a liberar substâncias químicas que digerem o inseto. Quanto mais vezes os sensores forem tocados, mais a “boca” da planta se fecha e mais desses químicos são liberados. Isso parece ser uma tática para não disperdiçar valiosos recursos químicos com animais pequenos e frágeis. A planta gasta mais energia com os insetos maiores e mais fortes – que portanto se mexem mais.
Enfim, a mordida da papa-moscas não é disparada por um simples reflexo mecânico. A planta, mesmo sem ter um cérebro, revelou a capacidade de “contar” o número de vezes que é estimulada e de agir de acordo. Para azar das moscas.
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