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Faxina em universidade encontra tabela periódica mais antiga do mundo

Acredita-se que ela tenha sido feita entre 1879 e 1886 – e, sim, já servia para ensinar alunos de química no passado.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 6 jan 2023, 10h03 - Publicado em 18 jan 2019, 18h11

O russo Dmitri Mendeleev entrou para a história da química por ter proposto, em 1869, um método pioneiro que apontava relações entre os elementos. Era a primeira versão da tabela periódica, documento prestes a completar 150 anos – data que levou a ONU declarar 2019 como o ano internacional da tabela periódica.

Apenas dois anos após sua criação, a tabela de elementos foi repaginada pelo próprio Mendeleev. A versão original, infelizmente, se perdeu no tempo. Mas pesquisadores de uma universidade da Escócia acabaram de encontrar uma cópia que, acredita-se, era bastante parecida com a segunda versão, que sucedeu a oficial em 1871.

O item estava esquecido em um depósito do departamento de química da Universidade de St Andrews, em meio a equipamentos e toda aquela parafernália de laboratório – que não via sinal de espanador desde 1968 (!). Alan Aitken, professor da instituição, deu de cara com a relíquia durante uma longa limpeza, ainda em 2014.

Como você pode imaginar pela frase no topo do papel, tudo está escrito em alemão. “Periodische Gesetzmässigkeit der Elemente nach Mendeleieff” pode ser traduzido como “Regularidade periódica dos elementos de acordo com Medeleev”.

Baseando-se nos elementos que aparecem representados, pesquisadores acreditam que a tabela tenha sido feita entre 1879 e 1886 – o que a elegeria como tabela periódica mais antiga que se tem notícia. O título faz sentido se olharmos para o ano de descoberta dos elementos: gálio e escândio, que foram identificados em 1875 e 1879, estão presentes. Já o germânio, descrito pela primeira vez em 1886, não dá as caras.

Constam, ao todo, apenas 71 elementos (hoje, são 118), e alguns deles são listados duas vezes. Chama a atenção a opção por incluir massas atômicas de elementos químicos que, na época, eram apenas suposições dos cientistas, mas que ainda não haviam sido descobertos – como o háfnio, incorporado só em 1923.

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A hipótese mais aceita considera que ela foi impressa em Viena, na Áustria, e comprada em 1888 por Thomas Purdie, professor da Universidade de St Andrews entre 1884 e 1908, pela bagatela de £ 17,30 (cerca de R$ 83). Acredita-se que tenha servido para ensinar os alunos de química da época.

Depois de liberta dos entulhos de laboratório, a tabela pioneira passou por um minucioso processo de restauração. O papel foi retirado de sua moldura original e colocado em uma nova, e especialistas completaram os fragmentos faltantes.

Hoje, uma cópia em tamanho real fica à mostra em um display no departamento de química da Universidade de St Andrews, enquanto a original é mantida à sete-chaves em temperatura controlada. Com sorte, ambas não devem ficar esquecidas em um depósito nunca mais.

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