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Fim do campo magnético

Análises de rochas indicam que o campo magnético da Terra de vez em quando some do mapa, diminuindo nossa proteção contra ameaças do espaço

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 8 mar 2013, 22h00

José Lopes

Uma das coisas mais sensacionais a respeito do nosso planeta é a maneira como seu interior liquefeito o transforma numa espécie de gigantesco eletroímã. Mais ou menos como acontece dentro de uma panela em ebulição, os metais derretidos no coração da Terra circulam por convecção, o que leva ao surgimento de correntes elétricas (por causa dos elétrons em movimento no metal) e, com base nelas, ao nascimento de um campo magnético.

Tal campo é parte importante da armadura protetora do nosso planeta diante das ameaças do espaço, e sua orientação em relação ao eixo da Terra é responsável por determinar o “norte magnético” apontado pelas bússolas. O problema é que, de tempos em tempos, esse campo enfraquece antes de inverter sua orientação – e talvez suma totalmente nesses momentos, deixando-nos bem mais vulneráveis (veja ao lado).

Como diabos é possível saber que, no passado distante, algo tão aparentemente imaterial quanto um campo magnético mudou sua orientação? Graças às rochas vulcânicas. Materiais desse tipo contêm quantidades apreciáveis de elementos como o ferro, o qual, como sabemos, responde com facilidade a um campo magnético. Conforme essas rochas vão se solidificando após deixar o interior tórrido da crosta terrestre, o ferro (e outros elementos) em sua composição acabam ficando alinhados, seguindo a orientação do campo magnético.

A questão é que, conforme rochas vulcânicas mais e mais antigas eram estudadas, os geólogos passaram a verificar que essa orientação às vezes estava invertida. Na verdade, hoje se sabe que a atual orientação do campo magnético terrestre tem “apenas” 780 mil anos e que, quanto mais se recua no tempo, mais reversões aparecem, ocorrendo num ritmo aparentemente aleatório.

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O que parece acontecer é que os movimentos de material líquido no interior da Terra são inerentemente caóticos, e isso às vezes acaba levando ao enfraquecimento e à subsequente reversão da polaridade do campo magnético. E é aí que mora o perigo.

A boa notícia é que os estudos sobre as reversões de polaridade anteriores indicam que o campo magnético nunca some totalmente antes de se inverter. Esperemos que a coisa continue assim, não é mesmo?

O PIOR CENÁRIO – Sem norte

O campo magnético funciona como uma barreira importante para partículas de alta energia que chegam até nós vindas do espaço, como os raios cósmicos, que são cancerígenos. Com seu enfraquecimento, a Terra seria bombardeada por um nível elevado dessas partículas, talvez resultando numa epidemia de câncer. Se o campo magnético sumisse totalmente, até a densidade da atmosfera poderia ser afetada.

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