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“Formiga do inferno” de 99 milhões de anos foi congelada no tempo dando o bote

O inseto e sua presa foram encontrados no interior de um âmbar, uma resina translúcida solidificada. O fóssil ajudará os biólogos a entender como essas formigas caçavam.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 7 ago 2020, 19h22 - Publicado em 7 ago 2020, 19h11
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  • Há cerca de 99 milhões de anos, no período Cretáceo, uma “formiga do inferno” se preparava para o seu almoço. O prato do dia era um parente antigo das baratas, de nome científico Caputoraptor elegans. Mas, no momento do bote, o pior aconteceu: uma resina pegajosa que escorre das árvores caiu sobre os insetos. A cena ficou eternizada em um âmbar – a forma solidificada da resina –, que agora foi encontrado no vale de Hukawn, em Mianmar. 

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    No interior do âmbar translúcido, vê-se a formiga da espécie Ceratomyrmex ellenbergeri segurando o pescoço de sua vítima entre duas mandíbulas afiadas e um tipo de chifre entre suas antenas – daí vem o apelido carinhoso ali no título da matéria. Em um estudo publicado na revista Current Biology, os cientistas explicam como que esses animais atacavam suas vítimas. 

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    Formigas modernas e outros insetos que habitam o planeta atualmente movem suas mandíbulas de forma horizontal, ou seja, da esquerda para a direita. Já a espécie encontrada no âmbar movia suas mandíbulas verticalmente, assim como os humanos.

    A Ceratomyrmex ellenbergeri é apenas uma espécie da linhagem das formigas do inferno (Haidomyrmecinae). Essas parecem ter sido as primeiras formigas a habitar a Terra, dividindo espaço com os dinossauros e outros animais já extintos. Os primeiros fósseis foram descobertos há cerca de cem anos. Desde então, outras 16 espécies foram catalogadas – todas com mandíbulas e chifres, mas com formatos diversos. 

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    Algumas das espécies, como a Ceratomyrmex, possuíam chifres alongados, mais propícios para agarrar a presa. Outras, como a Linguamyrmex vladi, registrada em 2017, parecem ter chifres reforçados para espetar a vítima, técnica comumente usada para beber de canudinho um líquido nutritivo presente no interior dos insetos, chamado de hemolinfa.

    Os cientistas acreditam que esses insetos e seu estilo de predação característico desapareceram há 65 milhões de anos, durante a extinção em massa do Cretáceo-Paleogeno. Mas fica a dúvida: por que essa e outras espécies sucumbiram enquanto as formigas modernas triunfaram? Os estudos devem continuar para que os pesquisadores entendam mais sobre como a extinção afetou os diversos grupos de maneiras distintas. 

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    “Mais de 99% de todas as espécies que já viveram foram extintas”, disse Phillip Barden, um dos autores do estudo, em nota. “À medida que nosso planeta passa por seu sexto evento de extinção em massa [causado por seres humanos], é importante que trabalhemos para entender a diversidade extinta e o que pode permitir que certas linhagens persistam enquanto outras desaparecem. Acho que os insetos fósseis são um lembrete de que mesmo algo tão onipresente e familiar quanto às formigas enfrentou a extinção.”

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