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Fóssil de pterossauro com estômago preservado revela última refeição surpreendente

Descoberta raríssima comprova hipótese antiga sobre a dieta destes répteis voadores pré-históricos.

Por Bruno Carbinatto
21 jul 2025, 14h00

O que comiam os pterossauros, os famosos répteis voadores pré-históricos? Há cerca de 120 milhões de anos, um desses animais morreu onde hoje é a região nordeste da China – e seu fóssil ainda preserva resquícios da sua última refeição, ajudando a responder a questão.

Em um novo artigo publicado na revista Science Bulletin, cientistas chineses descrevem o conteúdo do estômago do pterossauro – formado de restos de plantas. É a primeira prova inequívoca de herbivorismo entre esses répteis voadores. 

Por muito tempo, os paleontólogos acreditavam que a dieta dos pterossauros consistia em, basicamente, peixes. Os poucos fósseis encontrados com refeições preservadas em seu estômago confirmavam essa visão. Outras evidências, porém, mostravam que espécies distintas de pterossauros (o grupo é bastante grande e diverso) também consumiam outros animais, como insetos, pequenos répteis, mamíferos etc.

Havia, no entanto, quem defendesse que alguns dos pterossauros poderiam ser onívoros ou mesmo herbívoros, devido a características anatômicas como bicos que parecem favorecer o consumo de frutas, vegetais, sementes e castanhas.

Agora, cientistas da Academia Chinesa de Ciências mostram a primeira evidência inequívoca da dieta vegetariana em um fóssil de um pterossauro da espécie Sinopterus atavismus. O fóssil em questão foi encontrado na província de Liaoning, tem entre 120 milhões e 133 milhões de anos e foi descrito pela primeira vez num artigo de 2019, pelos mesmos autores.

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A região onde o pterossauro foi encontrado, no nordeste da China, é conhecida por fósseis com preservação excepcional, incluindo às vezes tecidos moles de animais, graças à atividade vulcânica do local que cobria os restos mortais que caíam em lagos por perto, protegendo-os da degradação.

A equipe analisou o conteúdo do estômago do fóssil com várias técnicas envolvendo raios-X e encontrou minerais chamados “fitólitos”. Fitólitos são estruturas microscópicas feitas de sílica e presentes em tecidos vegetais – e indicam que plantas estiveram por ali.

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Os cientistas afirmam que na região onde o fóssil foi encontrado não havia fitólitos, o que significa que os minerais não são frutos de contaminação e sim da refeição do réptil voador mesmo. Fitólitos já foram encontrados no estômago de dinossauros herbívoros, mas essa é a primeira vez que são identificados no estômago de um pterossauro (que, vale lembrar, não são dinossauros).

Uma quantidade grande de fitólitos foi encontrada, e, embora seja difícil fazer a identificação das plantas exatas por meio deles, os autores sugerem que a diversidade de minerais no estômago revela que a refeição foi formada por várias plantas diferentes – uma verdadeira salada. 

Não dá para saber ainda se os pterossauros da espécie Sinopterus atavismus eram realmente herbívoros estritos ou se comiam também carne – mas o estudo comprova a hipótese de que o consumo de plantas era parte da dieta destes répteis, e que, pelo menos, eles se contentavam com um almoço vegano.

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