Os médicos recriminam o hábito de fumar especialmente porque ele está associado a vários tipos de câncer. Mas estão começando a ver também algumas virtudes no vício. É que o cigarro aparentemente protege contra o mal de Parkinson, uma forma de degeneração dos neurônios. A proteção está ligada à ação da dopamina, uma das mais importantes substâncias transmissoras de sinais entre as células do cérebro. Nos parkinsonianos, a dopamina trabalha devagar. Nos fumantes, ela funciona a todo vapor. Por essa razão, a probabilidade de contrair o mal de Parkinson é duas vezes maior entre os não fumantes do que entre os fumantes. A conclusão não é tão direta assim: em muitos estudos o mal parece atacar todos com a mesma eficiência, não importa se os pacientes gostam ou não de umas tragadas. Na média, porém, a proteção do cigarro sai ganhando. É o que diz na revista inglesa Nature uma equipe de especialistas de várias instituições, que estuda o assunto.