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Gatinho-dente-de-sabre extinto ficou preservado como múmia no gelo por 35 mil anos

A múmia do filhote abre as portas para estudar a aparência e até a textura do pelo do animal, algo raro na paleontologia.

Por Eduardo Lima
19 nov 2024, 18h00

Esse gatinho fofo que você vê acima é, na verdade, um feroz predador com dentes caninos enormes. Ele rodava a Eurásia em busca de presas durante o fim do Pleistoceno, entre 126 mil e 11,5 mil anos atrás. O representante dessa espécie extinta de gato-dente-de-sabre foi encontrado como uma múmia praticamente intacta depois de passar 35 mil anos preservada no gelo.

A múmia foi encontrada em 2020 perto do rio Badyarikha, na República de Sakha – região autônoma na Rússia com área maior que a da Argentina –, também conhecida como Iacútia (nenhuma relação com a bebida láctea japonesa Yakult, que pegou seu nome da palavra em esperanto para iogurte).

O espécime preservado de forma impressionante foi descrito num estudo publicado na Scientific Reports, liderado pelo Instituto Paleontológico da Academia de Ciências da Rússia. O gatinho era realmente “inho”: ele morreu só com três semanas de vida, mas os cientistas ainda não sabem a causa de sua morte.

Ficar sepultado no gelo do permafrost – o solo congelado perpetuamente na região do Ártico – da Sibéria ajudou a conservar o pelo do animal. Densa e macia, com coloração marrom escura, a pelagem era formada por fios curtos, de 20 a 30 milímetros de comprimento.

Primeira vez na história da paleontologia

A preservação do gato-dente-de-sabre, que manteve o espécime quase intacto, deu a oportunidade aos cientistas de estudar o animal com muitos detalhes. Suas patas, por exemplo, eram provavelmente adaptadas para andar na neve. Até as garras foram preservadas, afiadas e curvas como as de felinos modernos.

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Essa múmia é a segunda evidência de que a espécie Homotherium latidens existiu na Eurásia durante a última etapa do Pleistoceno (a maioria dos fósseis desse tipo são encontrados na América do Norte). A espécie provavelmente foi extinta há cerca de 12 mil anos, depois que a última era glacial acabou.

O Homotherium descrito aqui faz parte de um gênero distinto do Smilodon, o grande felino conhecido apenas como tigre-dentre-de-sabre; na verdade, há vários felinos com essas presas características, parentes entre si, sendo o Smilodon o mais conhecido no imaginário popular.

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Antes dessa descoberta, os cientistas só haviam encontrado uma única mandíbula do Homotherium no Mar do Norte. O corpo preservado do gato-dente-de-sabre é um baita upgrade para entender como a espécie era, revelando até um focinho de formato incomum.

Múmia congelada de Homotherium latidens (Owen, 1846), espécime DMF AS RS, nº Met-20-1, Rússia, República de Sakha (Yakutia), bacia do rio Indigirka, rio Badyarikha; Pleistoceno Superior: ( A ) aparência externa; ( B ) esqueleto, tomografia computadorizada, vista dorsal.
(Lopatin et al./Scientific Reports/Divulgação)

A diferença de uma múmia para outras evidências fósseis é que ela preserva a aparência de um espécime. É a primeira vez na história da paleontologia, segundo os autores do estudo, que é possível estudar a aparência de um animal extinto que não tem análogos na fauna moderna. O que há de mais próximo hoje em dia, os filhotes de leão, tem pescoços menores e orelhas maiores que o gato-dente-de-sabre.

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Os restos mortais que foram preservados no gelo incluem a cabeça, a parte frontal do corpo, uma parte da bacia e os membros. De acordo com a datação de radiocarbono, esse espécime tem entre 37.019 e 35.471 anos – todos eles passados debaixo do gelo.

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