Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

HIV: O grande enigma

Até hoje os cientistas não entendem bem como o HIV infecta a célula.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 31 jul 1999, 22h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • André Santoro

    Publicidade

    O vírus da imunodeficiência humana, HIV, é um duas-caras. Fora do corpo não sobrevive mais do que alguns minutos. Também não se transmite pelo ar nem pelo convívio com doentes, como a maioria de seus semelhantes. Agora, se entra no organismo, por contato sexual ou pelo sangue de algum infectado, deixa de ser um boboca e vira uma fera. Ele causa a Aids, doença que já fez 14 milhões de mortes, 72 000 só no Brasil. “Temos avançado nas pesquisas, mas estamos longe de poder falar em cura”, disse à SUPER o oncologista americano Robert Gallo, da Universidade de Maryland, um dos descobridores do vírus.

    Publicidade

    A habilidade do HIV em ludibriar os cientistas se deve, em parte, à sua dupla personalidade. Ele é um retrovírus: tem RNA como material genético, mas o transforma em DNA quando entra na célula. Ninguém sabe por quê. Para piorar, ataca justamente as células do sistema imunológico. Quando a infecção avança, o doente perde suas defesas e fica vulnerável a outros micróbios, que normalmente seriam inofensivos.

    Hoje já existem tratamentos que eliminam a maior parte dos vírus do organismo e prolongam a vida do portador indefinidamente. Não são, porém, remédios definitivos. Para chegar lá, a Medicina precisa entender melhor como o assassino trabalha e como o corpo tenta acabar com ele. Vencidas essas etapas, a batalha estará no bico.

    Publicidade
    Continua após a publicidade
    Entrevista

    “Precisamos saber mais”

    De sua casa, em Baltimore, Estados Unidos, Robert Gallo, um descobridores do HIV, falou por telefone à SUPER.

    SUPER – Por quanto tempo alguém contaminado com o HIV pode sobreviver hoje?

     

    Publicidade

    Robert Gallo – Não há pesquisas suficientes para saber isso com precisão. Até agora, a maioria dos infectados começa a ter problemas após dois ou três anos de tratamento. Nesse período as drogas deixam de ter o efeito esperado, seja porque o vírus criou resistência ou porque o organismo ficou tolerante ao medicamento. Outro problema é que o vírus se esconde nas células do cérebro e do sistema linfático, onde os remédios não o alcançam, e pode ressurgir depois de algum tempo.

    Continua após a publicidade

    Como o senhor avalia a eficiência do coquetel anti-Aids?

    Publicidade

    É a melhor coisa que temos até o momento. Mas é muito caro e para conseguir um resultado eficiente requer acompanhamento médico atento. Isso o torna praticamente inviável em países pobres. Hoje já existem medicamentos capazes de eliminar totalmente o HIV. Mas eles só funcionam se aplicados imediatamente após a contaminação, quando há poucas células doentes.

    Na sua opinião, o que falta para se chegar à cura?

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Precisamos saber mais sobre o mecanismo de infecção do HIV e sobre o que nossas células fazem para tentar acabar com ele. As drogas podem ser eficientes a curto prazo, mas o vírus geralmente sofre mutação e cria resistência ao remédio. Eu incluiria as vacinas terapêuticas entre as principais promessas de cura. Elas serão usadas para tratar a doença após o contágio, não para preveni-la.

    Mirando os pontos fracos

    As drogas atrapalham o funcionamento das enzimas para estragar a festa do HIV

    SEM TRADUÇÃO

     

    Publicidade

    Quando infecta a célula, o vírus usa uma enzima chamada transcriptase reversa para transformar o RNA em DNA. Sem ela, ele não se reproduz. Substâncias como o AZT, o mais antigo medicamento contra a Aids, mudam a forma da enzima, inibindo-a.

     

    Publicidade

    AQUI NÃO COLA

    Continua após a publicidade

    Outra enzima, a integrase, faz com que o DNA do HIV se una aos cromossomos da célula hospedeira. Algumas drogas ainda em teste alteram a estrutura da integrase, impedindo o grude.

     

    Publicidade

    CORTANDO A TEURA

    Continua após a publicidade

    Antes de formar novos vírus, as proteínas devem ser cortadas no tamanho certo. Essa é a tarefa da protease, enzima que também pode ser inibida por drogas.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.