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Lula-colossal é filmada pela primeira vez em seu habitat natural. Assista.

O animal invertebrado mais pesado do mundo pode ultrapassar os 500 kg e sete metros de comprimento na vida adulta.

Por Manuela Mourão
16 abr 2025, 15h10

Há  100 anos, a lula-colossal foi identificada e formalmente nomeada. A Mesonychoteuthis hamiltoni tornou-se, desde então, um certo tipo de mito na comunidade científica. Afinal, durante o século seguinte, elas nunca haviam sido registradas em liberdade. As lulas-colossais só haviam sido encontradas nos restos intestinais de outros animais ou atraídas por um barco de pesca enquanto este “mastigava” um peixe fisgado.

Agora, numa comemoração não planejada de seu centenário, cientistas registraram pela primeira vez esse cefalópode vivo, nadando em seu ambiente natural. As gravações foram feitas no início de março, nas Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, no Oceano Antártico. O avistamento foi realizado por um grupo de pesquisadores a bordo do navio de pesquisa Falkor, do Instituto Oceânico Schmidt. Eles utilizavam um veículo operado remotamente (ROV), o SuBastian, registrando imagens a 600 metros de profundidade. Veja o vídeo:

“Nós filmamos porque era lindo e incomum, e então descemos de volta até o fundo do mar para fazer a exploração na qual o resto do mergulho estava focado”, disse a cientista-chefe da expedição, Michelle Taylor, da Universidade de Essex, na Inglaterra, durante uma entrevista coletiva.

Foram necessários alguns dias, e algumas consultas com especialistas em lulas, para que os pesquisadores percebessem a importância da observação.

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“É emocionante ver a primeira filmagem in situ de um colossal juvenil e é um banho de água fria pensar que eles não fazem ideia da existência de humanos”, disse Kat Bolstad, da Universidade de Tecnologia de Auckland, uma das especialistas científicas independentes consultadas pela equipe para verificar as imagens, em comunicado

A lula-colossal encontrada era um jovem de 30 cm, mas, quando adulta, a espécie pode ultrapassar os sete metros de comprimento e pesar até 500 kg, fazendo dela o invertebrado mais pesado do planeta. Quando filhote, o animal apresenta uma aparência transparente — como registrado no vídeo —, mas perde essa característica à medida que cresce. Outro traço marcante dessa criatura são seus olhos enormes — maiores que uma bola de basquete —, que os pesquisadores acreditam ser essenciais para ajudá-la a escapar das baleias-cachalote, suas principais predadoras.

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“Por 100 anos, nós as encontramos principalmente presas em estômagos de baleias e aves marinhas e como predadores de peixes-marinhos capturados”, conta Bolstad.

O motivo para o esconde-esconde secular é muito claro: qualquer barulhinho espanta essa criatura. “Muitos dos nossos equipamentos científicos e de filmagem são barulhentos e brilhantes, então as lulas percebem nossa presença muito antes de sabermos que elas estão lá — e elas ficarão bem longe”, diz Bolstad para a Scientific American.  “Eles são muito conscientes do que os cerca, porque qualquer perturbação na coluna de água ao redor deles pode significar a presença de um predador”, completou a cientista para o The New York Times. 

A especialista, que há anos busca a lula-colossal em seu habitat natural, afirma que continuará na missão, em busca de uma gigantona viva. Ainda assim, disse estar contente que o primeiro avistamento da espécie na natureza não tenha sido de um exemplar adulto, “uma enorme leviatã com ganchos, mas este belo estágio inicial de vida que parece uma pequena escultura de vidro”.

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