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Mosquitos cansados preferem dormir a comer

Os insetos também sentem os efeitos da privação do sono - e não ficam muito dispostos quando dormem mal.

Por Leo Caparroz
6 jun 2022, 19h48

Cientistas descobriram que mosquitos sonolentos preferem recuperar o sono perdido a procurar comida no dia seguinte. O estudo mostra que até mesmo insetos dependem de um sono adequado.

Essa ação de recuperar o sono perdido é chamada de “rebote do sono”. Quando um indivíduo não dorme a quantidade necessária de horas, ou fica sob estresse elevado quando acordado, o corpo pode precisar de mais horas de sono no dia seguinte. O rebote de sono acontece com humanos e animais, inclusive insetos como moscas de fruta e mosquitos.

Os pesquisadores tomaram precaução extra ao desenvolver os protocolos para o estudo. A observação pode afetar o resultado do experimento, especialmente ao analisar os mosquitos.

Esses pequenos insetos sentem a presença de pessoas através do nosso calor corporal, movimento, vibrações e até do gás carbônico que exalamos ao respirar. É difícil observar o sono deles quando eles te enxergam como uma ceia de Natal.

Os cientistas montaram o experimento em uma parte mais tranquila do campus da Universidade de Cincinnati, onde não havia circulação de pessoas, e instalaram câmeras e sensores infravermelhos para gravar os movimentos dos insetos sem incomodá-los.

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Mosquitos dormem muito em laboratório. Algo entre 16 e 19 horas por dia, dependendo da espécie. Mas não é fácil reconhecer um mosquito cochilando – quando não estão rondando atrás de alimento, eles se empoleiram por longos períodos para conservar energia.

Os pesquisadores identificaram um sinal sutil que permite diferenciar os mosquitos parados daqueles dormindo. Quando eles entram no estado de sono, suas patas traseiras abaixam e seu corpo se aproxima da superfície.

Usando as gravações para identificar esse comportamento, os cientistas analisaram três espécies diferentes, com hábitos também distintos: o conhecido Aedes aegypti, transmissor da dengue e com hábitos diurnos; Culex pipiens, o pernilongo comum, ativo no entardecer; e o Anopheles stephensi, espécie do gênero Anopheles, transmissores da malária, mais ativa durante a noite.

Primeiro, eles estudaram os hábitos de alimentação e sono dos mosquitos por uma semana. Depois, em um segundo experimento, procuraram privá-los de sono ao perturbá-los durante sua hora de dormir. Isso era feito vibrando periodicamente os compartimentos onde os mosquitos ficavam. 

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Enquanto mais de 75% dos mosquitos que tiveram sono normal buscaram uma refeição, menos de 25% deles tinham interesse em comida após um período mal-dormido. “Apesar de os mosquitos precisarem de sangue para produzir ovos, eles vão desistir para recuperar o sono que perderam”, disse Joshua Benoit, um dos autores do estudo.

Os mosquitos cansados eram menos propensos a pousar em hospedeiros, tanto no ambiente do laboratório quanto no campo. Isso indica que o comportamento também pode ocorrer em condições naturais, fora de experiências.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o mosquito é o animal que causa mais mortes humanas – transmitindo doenças como malária, dengue e febre amarela. Entendendo o ciclo de sono – ciclo circadiano – desses insetos, os pesquisadores esperam encontrar maneiras de controlá-los e prevenir infecções. “É importante entender a dinâmica do sono deles, quando se alimentam e quando dormem,” afirmou Benoit.

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