À longa lista de fatores que prejudicam a capacidade de trabalho de uma pessoa, que vai de problemas de saúde a um simples desânimo, adicione mais um: as mudanças climáticas. Um estudo lançado recentemente na sede da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, indica que as economias emergentes já enfrentam perdas de 10% nas horas trabalhadas por causa da piora das condições térmicas nos locais de trabalho.
A previsão é de que as mudanças climáticas poderão prejudicar ainda mais a aptidão do trabalhador para desempenhar suas funções nas próximas décadas. E quanto menor for a capacidade de trabalho, menor será a produtividade, em termos qualitativos e quantitativos. A pesquisa destaca que o problema acarreta consequências de saúde adversas além de perdas econômicas e adverte que ele não está sendo adequadamente abordado por políticas climáticas ou de emprego nacionais e internacionais.
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“Os governos e as organizações internacionais há muito tempo estabeleceram normas sobre as condições térmicas no local de trabalho. Mas as mudanças climáticas já alteraram essas condições”, detalha o relatório.
Quem mais sofre são os trabalhadores de indústrias pesadas, construção civil, exército, agricultura e do setor de serviços que operam em condições ineficazes de climatização. Segundo a pesquisa, os mais vulneráveis são os países menos desenvolvidos, pequenos Estados insulares em desenvolvimento (SIDS) e economias emergentes com altas concentrações de trabalho ao ar livre.
O relatório classificou o calor excessivo no local de trabalho como um risco bastante conhecido à saúde ocupacional e à produtividade por trás dos riscos crescentes de exaustão pelo calor, insolação e, “em casos extremos”, a morte.
O estudo “Mudanças climáticas e trabalho: impactos do calor nos locais de trabalho” é assinado em conjunto pela OIT e 43 países-membros do Fórum dos Vulneráveis ao Clima, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Organização Internacional para as Migrações (OIM), a Organização Internacional de Empregadores (OIE), UNI Sindicato Global, a Confederação Sindical Internacional (CSI), ACT Alliance e com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).
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