Nova espécie de peixe é batizada em homenagem a “Pantera Negra”
O Cirrhilabrus wakanda vive nas profundezas da costa leste da África, e o nome vem da semelhança entre seu visual e a armadura do herói da Marvel.
Cientistas costumam ter uma jornada árdua de trabalho. Além do tempo gasto em laboratório, não é raro precisar sair a campo em busca de respostas. Mas é possível, sim, se divertir durante o processo.
Prova disso são os nomes científicos dados a novas espécies, que vira e mexe incluem referências à cultura pop e ao mundo contemporâneo. Se você acompanha a SUPER há algum tempo, vai se lembrar de casos como o da aranha batizada em homenagem a Harry Potter; do peixe que faz referência a Barack Obama e do molusco que recebeu o nome do ex-juiz (e hoje ministro) Sérgio Moro.
Recentemente, mais uma espécie entrou para essa lista de nomes excêntricos. Nas águas profundas de Zanzibar, um conjunto de ilhas da Tanzânia, na costa leste da África, vive o Cirrhilabrus wakanda. Pois é, uma homenagem ao reino africano fictício de Wakanda, onde vive o Pantera Negra, herói da Marvel que recentemente deu as caras no cinema.
A escolha do nome remete ao visual do peixinho. Suas escamas roxas e reluzentes lembram o visual da armadura do herói, feita de vibranium (o material mais resistente da Terra, no universo das HQs) e que armazena energia (daí a explicação para os pontos roxos que você vê na imagem abaixo):
O nome popular do animal também é uma referência pop: peixe-fada vibranium. Ele é de pequeno porte, alimenta-se de plâncton e vive nos recifes de corais entre 50 e 80 metros abaixo do nível do mar. Parte do motivo de ele ter se mantido escondido até agora é porque essa é uma profundidade muito grande, na qual mergulhadores recreativos não costumam chegar.
A descoberta foi publicada na revista ZooKeys e foi fruto do trabalho da iniciativa Hope for Reefs (“Esperança para os Corais”, em português), que tem como objetivo pesquisar e restaurar a biodiversidade marinha ante as recentes mudanças climáticas. Entre os pesquisadores que lideraram o estudo estão o brasileiro Luiz Rocha, da Academia de Ciências da Califórnia, e Yi-Kai Tea, da Universidade de Sidney.
Para encarar a descida ao fundo do mar, os integrantes do projeto precisaram usar um equipamento especial, mais pesado, inclusive, que os próprios mergulhadores. Ele é composto por vários tanques com uma mistura personalizada de gás monitorada eletronicamente, permitindo aos cientistas explorar os recifes por alguns minutos – para depois encarar horas de subida de volta à superfície. Quase tão difícil quanto encontrar Wakanda dos quadrinhos.