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Novo exame de sangue pode ajudar a entender melhor o seu relógio biológico

Método pode ajudar a descobrir os melhores horários para se tomar um remédio, aumentando a sua eficácia

Por Rafael Battaglia
5 out 2018, 17h05

Você se considera uma pessoa do dia ou da noite? Está pronto para correr às seis da manhã ou gostaria que o dia só começasse depois do meio-dia? Não há certo ou errado nesse caso. Tudo depende do nosso ciclo circadiano – o famoso relógio biológico.

O motivo pelo qual cada um funciona de um jeito (mais horas de sono para conseguir descansar, ter mais energia logo quando o Sol nasce, etc.) é genético. O Nobel de Medicina e Fisiologia do ano passado foi concedido a três cientistas por seus estudos nessa área. Eles conseguiram isolar o gene responsável pelo ritmo circadiano – que nos seres humanos leva 24 horas e 18 minutos para se completar.

Ir contra o relógio interno pode fazer mal à saúde. Viver em um “fuso horário” duas horas fora do ideal já é o suficiente para aumentar o risco de obesidade, diabetes e depressão. Mas como descobrir o que funciona para você?

Uma nova pesquisa da Universidade Northwestern, nos EUA, publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, desenvolveu um exame sanguíneo que pode ajudar a entender o relógio biológico de cada um. O projeto, chamado de Time Signature, diz levar apenas 90 minutos para saber se o corpo da pessoa está funcionando da maneira correta.

Todos os órgãos do corpo atuam seguindo o ritmo circadiano, e foi assim que os cientistas chegaram ao teste final. A cada duas horas, eles coletaram amostras de sangue de um grupo de voluntários. Em seguida, essas amostras foram analisadas para determinar a atividade de 20 mil genes (que se altera naturalmente ao longo do dia).

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Usando essas informações, eles mapearam os momentos do dia em que as funções do corpo estão em plena atividade. Com isso, o Time Signature precisará de apenas algumas amostras de sangue do paciente para comparar com as bases de dados e ver se o seu ritmo circadiano, que é influenciado por fatores como temperatura e luz (dia e noite), está de acordo com o local em que a pessoa vive.

Segundo os autores da pesquisa, os resultados poderão ser usados, por exemplo, para encontrar o melhor horário para um medicamento ser tomado. Como cada um possui o próprio relógio biológico, achar o momento certo para determinados remédios farão com ele tenham tenham resultados mais efetivos. “Se o relógio do corpo de uma pessoa está muito fora do que deveria ser, isso pode ser um fator de risco para uma doença”, disse a professora Ravi Allada, uma das autoras do estudo, à revista do Instituto Smithsonian.

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