Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Novo “órgão” do corpo humano pode explicar como câncer se espalha

Pesquisadores descobriram que nossos órgãos são envolvidos em bolsas amortecedoras – que ajudam células cancerígenas a pegar carona na circulação

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
27 mar 2018, 15h31
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O seu corpo é feito de 37,2 trilhões de células. Mas ele também é feito de líquidos que ficam do lado de fora dessas células. Se você pegar uma quantidade razoável de sangue e colocá-lo para girar bem rápido em uma centrífuga, ele acaba se separando em um líquido amarelo que não contém células, chamado plasma, e nas células em si — glóbulos vermelhos, leucócitos e tudo o mais. Esse procedimento é rotina em hospitais e laboratórios.

    Publicidade

    O plasma sanguíneo não é o único fluido do corpo humano que não fica alojado no interior das células. Há muitos outros, como o fluido cefalorraquidiano. Ele é uma espécie de soro que fica alojado entre o cérebro e o crânio e serve de amortecedor para pancadas na cabeça. É a mesma função do plástico bolha enrolado em torno de um vaso frágil.

    Publicidade

    Agora, um grupo de médicos liderados por Neil Theise, da Universidade de Nova York, descobriu que diversos espaços do nosso corpo que antes pareciam preenchidos por tecidos densos, feitos majoritariamente de células, na verdade são ocupados por uma rede de bolsas de líquido. E que, de maneira análoga ao que acontece em torno do cérebro, esses pacotinhos funcionam como um plástico bolha natural, envolvendo órgãos como os pulmões e o intestino. Como diversas estruturas no interior do corpo se expandem e contraem de forma rítmica (devido à respiração e aos movimentos peristálticos, por exemplo), o forro macio ajuda a conter o desgaste e preservar a integridade das paredes. A descoberta foi anunciada em um periódico da Nature.

    Essa ampla estrutura, afirmou Theise à New Scientist, pode ser considerada um órgão independente, que contém um quinto da água do corpo. Ela nunca havia sido observada antes porque os métodos que normalmente são usados para analisar amostras de tecido em laboratório acabam drenando a água e compactando as paredes. As cavidades se tornam uma casca de colágeno discreta, fina e rígida, que fica fora do radar. 

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Como esse colchão d’água biológico está em contato, de um lado, com a parede dos órgãos que protege, e do outro, com os vasos do sistema linfático, ele serve de ponte entre os dois. Uma célula cancerígena da parede do intestino, por exemplo, pode usá-lo para cair na circulação e se fixar em outras partes do organismo. Isso joga uma nova luz sobre as metástases – “filiais” de um tumor que se instalam em outros órgãos. “Depois que elas [as células mutantes] entram lá, é como um tobogã”, diz o pesquisador americano. “Essa é uma nova janela para estudar o mecanismo pelo qual o câncer se espalha.” Outros problemas de saúde, como edemas – retenção de água excessiva no interior das células – também poderão ser melhor compreendidos por causa da descoberta.

     

    Publicidade
    Publicidade

     

    Publicidade
    Publicidade

     

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.