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O ano cósmico

O homem aprendeu a medir os acontecimentos da vida pela contagem dos anos, décadas, séculos e milênios. Mas existe uma fórmula melhor para se compreender o que costuma ser quase incompreensível – o real significado da idade do universo. Trata-se de condensar seus presumíveis 15 bilhões de anos de existência em um único ano, o […]

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 31 out 1987, 22h00
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  • O homem aprendeu a medir os acontecimentos da vida pela contagem dos anos, décadas, séculos e milênios. Mas existe uma fórmula melhor para se compreender o que costuma ser quase incompreensível – o real significado da idade do universo. Trata-se de condensar seus presumíveis 15 bilhões de anos de existência em um único ano, o Ano Cósmico. Assim, cada bilhão de anos da Terra corresponde a mais ou menos 24 dias desse ano cósmico e um segundo vale aproximadamente 500 anos.

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    Nas páginas seguintes você vai encontrar informações de alguns dos momentos cruciais do desenvolvimento do planeta Terra. A mente humana não conseguiu descobrir quando precisamente tudo aconteceu desde o primeiro segundo do dia 1º de janeiro, mas alguns fatos podem ser presumidos com razoável margem de acerto. Por exemplo:

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    1º de janeiro: Grande explosão

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    1º de maio: Origem da Via Láctea

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    9 de setembro: Origem do sistema solar

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    14 de setembro: Formação da Terra

    A partir dessa data os dados são apresentados em pormenores de modo a ser possível descrever o último dia do calendário, que corresponde a um resumo de toda a história reconhecida do planeta Terra supondo o surgimento da vida no dia 25 de setembro do nosso hipotético calendário.

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    O despertar de um planeta

    O imaginário ano cósmico revela o incrível tempo gasto na formação de um planeta, um corpo sólido no espaço. Mostra também a relativa rapidez com que a vida se instalou na recém-nascida Terra. Isso leva alguns cientistas a supor que a vida não é um fenômeno tão raro como já se imaginou. Senão, vejamos: da grande explosão que originou o Universo, passam-se aproximadamente 260 dias cósmicos até o surgimento da Terra que, em apenas onze dias cósmicos, gera a vida.

    A substância do planeta transformada em matéria viva caminha em velocidade crescente a níveis de estrutura cada vez mais sofisticados: moléculas com limitada capacidade de alto-duplicação, surgidas em meados de setembro, já em outubro evoluem para complexas bactérias e algas – seres que, apesar da aparente simplicidade, supõem o funcionamento harmônico de milhares de variedades moleculares.

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    A descoberta do sexo pelos microorganismos em 1º de novembro cósmico, e a conseqüência de troca de informações genéticas, ampliam assustadoramente a velocidade da evolução, premiando a Terra com as primeiras células dotadas de núcleo, bem como plantas capazes de utilizar a energia solar para a produção de alimentos e a liberação de um gás muito importante para o planeta: o oxigênio.

    Desponta dezembro e a marcha dos seres vivos não conhece mais obstáculos. Após a conquista do mar pelo plâncton e os invertebrados, estes avançam sobre a terra firme; após algumas horas o céu também está vivo, repleto de insetos alados.

    Para não perder de vista as dimensões de tempo aqui envolvidas, lembremos que no dia 16 de dezembro cósmico a mais sofisticada forma de vida existente na Terra eram os vermes. Oito dias depois já existem os brontossauros com 20 m de comprimento e outras tantas toneladas de peso.

    A partir de então, a vida não precisou mais de semanas para lançar novas espécies em recursos cada vez mais espetaculares de adaptação aos diferentes nichos ecológicos e ambientais. Rapidamente, a cada dia, espécies, gêneros e famílias inteiras de animais e plantas entram em cena. Alguns vencem – entre eles uma discreta família de mamíferos, os primatas, surgidos nos últimos dias de dezembro.

    Daí para o surgimento da inteligência e o domínio da natureza foi questão de segundos cósmicos. Os primatas submetidos a mutações biológicas passaram a ter consciência de si próprios e transformam a vida. É isso que tornou possível escrever e ler este texto.

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    25 de Setembro – Origem da vida na Terra.


    9 de Outubro
    – Presença dos primeiros organismos (bactérias e algas verdes-azuladas).

    1º de Novembro – Formação das rochas mais antigas de que se tem conhecimento. Os microorganismos começam a se reproduzir sexualmente.

    12 de Novembro – Aparecimento dos fósseis mais antigos de plantas fotossintéticas.

    15 de Novembro – Origem das eucariotas (primeiras células providas de núcleo).

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    16 de Dezembro – Aparecem os primeiros vermes.

    17 de Dezembro – Era Paleozóica e Período Cambriano. Os invertebrados povoam o planeta.

    18 de Dezembro – Origem do plâncton oceânico. Prosperam os trilobistas.

    19 de Dezembro – Período Ordoviciano. Os primeiros peixes povoam as águas e alguns se arriscam em terra firme.

    20 de Dezembro – Período Siluriano. Origem das plantas vascularizadas que conquistam a Terra.

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    22 de Dezembro – Surgimento dos primeiros anfíbios. Os insetos alados povoam o céu.

    23 de Dezembro – Período Carbonífero. Surgem as primeiras árvores. Inicia-se o império dos répteis.

    24 de Dezembro – Início do Período Permiano. Os répteis atingem o seu apogeu com os dinossauros.

    26 de Dezembro – Período Triássico. Menores e mais adaptados às mudanças do meio ambiente, os mamíferos iniciam a sua escalada.

    27 de Dezembro – Período Jurássico. Depois dos insetos e dos répteis é a vez das aves descobrirem os céus.

    28 de Dezembro – Período Cretáceo. Surgimento das primeiras flores. Os dinossauros desaparecem do planeta.

    29 de Dezembro – Início da Era Cenozóica e do Período Terciário. Através dos cetáceos os mamíferos povoam os mares. Nas florestas a saga humana se inicia com os primatas.

    30 de Dezembro – Evolução inicial dos lobos frontais nos cérebros dos primatas. Aparecimento dos primeiros hominídios que convivem com mamíferos gigantes.

    Em segundos, a inteligência

    13h30m – Origem do Proconsul e do Ramapithecus, prováveis antepassados dos antropóides e do homem.

    22h30m – Primeiros homo sapiens.

    23h – Dissemina-se o uso de instrumentos de pedra.

    23h46m – O homem de Pequim domestica o fogo.

    23h56m – Início do período glacial mais recente.

    23h58m – Navegantes descobrem a Austrália.

    23h59m – Nas cavernas da Europa o homem inicia a história da arte.

    23h59m20s – O homem começa a cultivar o seu alimento.

    23h59m35s – A civilização neolítica cria as primeiras cidades.

    23h59m50s – Na Suméria e no Egito surgem as primeiras dinastias. A astronomia entra em pleno desenvolvimento.

    23h59m51s – Invenção do alfabeto.

    23h59m53s – Guerra de Tróia. Desenvolve-se a metalurgia em bronze. Invenção da bússola.

    23h59m54s – Fundação de Cartago. Desenvolve-se a metalurgia em ferro.

    23h59m55s – Nascimento de Buda.

    23h59m56s – Império Romano. Nascimento de Cristo.

    23h59m57s – Zero e decimais na aritmética indiana.

    23h59m58s – Civilização Maia. Império bizantino. Invasão mongol. Cruzadas.

    23h59m59s – A Europa vive o Renascimento. Viagens de descobrimentos empreendidas pelos europeus e pela dinastia Ming da China. Criação do método experimental científico. Primeiro segundo do Ano Novo, o Agora – Desenvolvimento da ciência e da alta tecnologia. Surgimento de uma cultura global. Criação de meios de destruição do planeta e da espécie humana. Naves espaciais exploram outros planetas na busca de uma inteligência extraterrestre. O homem tenta a criação da inteligência artificial.

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