Lúcia Sartorio Fonseca, São Paulo, SP
Geralmente não. O verdadeiro porco-espinho pertence à família Hyspricidae e vive apenas na Europa, África e sul da Ásia. Seus espinhos são pêlos modificados, extremamente duros, que servem como defesa. Quando um predador encosta no animal, esses, espinhos se soltam, fixando-se na pele e musculatura do atacante. “Sua ponta tem minúsculas farpas que tornam a extração difícil e dolorosa”, explica o zoólogo Sérgio Rangel Pinheiro, do Zoológico de Sorocaba. Se o espinho não for retirado, poderá haver uma inflamação ou infecção na região, mas raramente isso leva à morte. O perigo maior ocorre se o predador for de pequeno porte. Como os espinhos chegam a ter mais de 30 centímetros, podem perfurar algum órgão vital. Aí, sim, matam. Nos países da América do Sul não existe porco-espinho, mas ouriços (família Erethizontidae) e os ratos de espinho (família Echynidae), geralmente confundidos com eles. Seu sistema de defesa é igual ao do porco-espinho, mas o porte é menor, assim como o tamanho dos espinhos, que têm cerca de 7 centímetros. “Mas esses animais são muito dóceis, lentos e raramente atacam”, lembra Pinheiro.