O cérebro de cachorros está crescendo – e não se sabe exatamente o porquê
Eles estão maiores do que há 150 anos; quanto mais diferente dos lobos uma raça canina é, maior seu cérebro
Já faz 30 mil anos que os cachorros se tornaram espécies geneticamente diferentes dos lobos. Atualmente, as duas são bem diferentes. O cérebro dos cães é menor que o de seus ancestrais. Mas essa diferença está diminuindo.
Um estudo identificou que raças de cães que se desenvolveram nos últimos 150 anos têm crânios maiores, o que deixou os pesquisadores intrigados. Comparando os crânios de 859 animais, incluindo 159 raças de cães e 48 espécies de lobos, eles deduziram que o tamanho do cérebro de um lobo é 24% maior do que o de um cachorro de tamanho semelhante.
Contudo, o que surpreendeu os pesquisadores é que quanto mais geneticamente distante uma raça de cachorro é dos lobos, maior é seu cérebro.
Segundo os pesquisadores, a domesticação pode ter sido um pontapé para o encolhimento de partes do cérebro canino – tendo maior segurança por não viver na natureza, eles puderam reduzir as atividades cerebrais voltadas à sobrevivência, como escolher parceiros, se atentar a predadores e espreitar caça.
A hipótese inicial da equipe era analisar se as tarefas em que algumas raças eram usadas resultaram em diferenças no tamanho relativo de seus cérebros. Cães pastores ou de caça teriam, teoricamente, cérebros maiores.
Não foi o que aconteceu. Em vez disso, a diferença genética entre as raças e os lobos foi o único fator importante ao definir o tamanho dos cérebros.
“Não conseguimos explicar isso com base nas tarefas ou características da história de vida das raças, então podemos apenas especular sobre”, afirma Enikő Kubinyi, pesquisador do estudo. “Talvez o ambiente social mais complexo, a urbanização e a adaptação a mais regras e expectativas tenham causado essa mudança, afetando todas as raças modernas”.