O mais antigo massacre já encontrado
Descoberta arqueológica revela uma cena sangrenta de 10 mil anos atrás.
A cena que um grupo de paleoantropólogos encontrou às margens do lago Turkana, no Quênia, era digna desses programas sanguinolentos da TV vespertina: os restos mortais de 27 homens pré-históricos, cheios de óbvios sinais de violência. Os cientistas acreditam que se depararam com os restos de um campo de batalha – só que 10 mil anos depois da batalha.
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Os 27 corpos – de homens, mulheres e crianças – são testemunhas silenciosas do primeiro grande massacre humano de que se tem notícia. Com exceção de dois deles (que parecem ter sido amarrados para morrerem imobilizados), todos apresentaram sinais óbvios de violência intensa: ferimentos de flechas, fraturas no crânio, nos joelhos e nas mãos.
Não há como saber as razões da chacina. O que se sabe é que os Homo sapiens africanos de 10 mil anos atrás eram nômades – as primeiras cidades só surgiriam vários milênios depois. Ninguém até então havia encontrado indício de que caçadores-coletores guerreassem entre si.
A pesquisa, comandada pela paleoantropóloga argentina Marta Mirazón Lahr, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, foi publicada na última edição da revista Nature, uma das principais publicações científicas do mundo. O artigo veio acompanhado de alguns desenhos tétricos que descreviam a situação na qual os ossos foram encontrados:
Dá para ver que não é de hoje que a chapa esquenta nas quebradas frequentadas pelo Homo sapiens.
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