Até parece que todos os pássaros resolveram se encontrar no leste da África. No céu, nos lagos e nas savanas da região vivem 1 100 espécies deles. O Quênia, em particular, é o país com a fauna de aves mais rica do planeta.
Banho de talco
Ao mergulhar nas águas lamacentas dos lagos, a garça (Egretta garzetta) fica toda suja. Então, usa seu talco de limpeza, produzido por plumas no peito e nas coxas. Com o bico, distribui o pó onde está sujo. Ele absorve a lama. Depois, para retirar tudo, a ave se penteia com a ajuda dos pés
Grande carona
Os dedos imensos do jacana (Actophilornis africana) funcionam como um esqui para ele deslizar na água atrás de plantas flutuantes. Às vezes, no meio da procura, o pássaro encontra outro nadador, o hipopótamo. Sem hesitar, sobe em seu lombo para ter uma visão geral do lago, localizando logo a comida.
Para ganhar uma fêmea
Os flamingos anões (Phoenicopterus minor) fazem um arrastão. Tudo começa quando dois ou três machos cercam uma fêmea interessada em namoro. Não demora muito, chegam bandos com centenas de rivais querendo roubá-la. Às vezes é muito barulho por nada, porque a fêmea escapa da confusão sem dar amor para ninguém.
Casamento moderno
Na hora de se casar, o macho avestruz-da-África (Struthio camelus) berra feito um leão, para que nenhum rival se aproxime. A fêmea defeca e urina diante do barulhento pretendente. É o sinal de que aceita o pedido de acasalamento. Depois escolhe três ou quatro concubinas para seu parceiro. Elas também botarão ovos. Mas só a legítima esposa terá a honra de chocá-los.
Casal sempre unido
É fácil reconhecer o íbis falcinela (Plegadis falcinellus) com seu bico longo e curvo. No Antigo Egito, ele foi símbolo sagrado, representando Thot, o deus da sabedoria. No Quênia, é comum ver vários casais de filhotes dessa espécie. Macho e fêmea se unem na infância e são criados juntos por um grupo de íbis adultos.
Comida pré-cozida
A rolinha de rabo longo (Coriacas caudata) adora caçar pequenos mamíferos, sapos, rãs e insetos. Para ela, o verão é uma época de fartura, quando o calor acaba incendiando os arbustos secos. Ousado, o pássaro fica perto do fogo, preparando emboscadas para os animais que tentam escapar das chamas.
Grande, mas ágil
O abetarda koari (Ardeotis kori) é um dos maiores pássaros capazes de voar. Para conquistar uma parceira, o macho exibe as plumas ornamentais, enche o papo de ar e faz piruetas no céu. Na foto, ele aparece ao lado do pequeno pavoncino coroado (Vanellus coronatus). Os dois convivem bem, obrigado
Livre para voar
O grande calau terrestre (Bucorvus leadbeateri) é a única subespécie de calau que mantém a fêmea em liberdade. Nas outras, o macho constrói um ninho de lama seca feito uma prisão. Só deixa um minúsculo buraco para lhe passar comida. O período de clausura faz cair as penas dela que, depois, não consegue voar.
Bico faz-tudo
O bico estranho do espátula (Platalea alba) faz um pouco de tudo. Serve como um pé-de-pato, ajudando o bicho a nadar rapidamente. É também sua arma de caça e filtra lama de água. Finalmente, é usado para trocar gentilezas com outros espátulas
Leve semelhança
O serpentário (Sagittarius serpentarius) pertencia à família das águias. Mas se separou durante a evolução. Ficou com a cara vermelha e uma pena ereta no alto da cabeça. Dos antigos parentes, guarda o hábito de realizar vôos espetaculares em bandos.
Divórcio à força
Os gansos do Egito (Alopochen aegyptiaca) convivem bem em grupos até a época do acasalamento. Então, os solteiros atacam a fêmea casada, até seu parceiro desistir de ficar por perto, para não vê-la sofrer. E assim surge um novo casal.
A bolsa misteriosa
Da família das cegonhas, o marabu (Leptopilos crumeniferus) é cheio de estranhezas. Sob a plumagem do seu pescoço, esconde-se uma bolsa rosada, que se estende até 30 centímetros quando está cheia de ar. Ninguém sabe para que ela serve. Não auxilia a respiração nem ajuda a atrair parceiros sexuais. Além disso, o marabu gosta de viver nas vilas de pescadores. É uma preferência bizarra porque pesca não é o forte dessa ave. Em vez de peixes, adora comer filhotes de flamingos, grilos e crocodilos pequenos
Sombrinha natural
A ave estica suas asas negras em torno do corpo. Sua cabeça e as patas amarelas ficam escondidas sob esse guarda-sol. A garça ardósia (Egretta ardesiaca) faz isso para pescar. A sombra evita os reflexos da luz na água e ela enxerga melhor suas presas.
Ídolos das tribos
Diversas tribos africanas idolatram a ave coroada (Balearica pavonina) que seria capaz de trazer a chuva. Os nativos Masaï tentam imitar seus pulos de 50 metros de altura nos rituais de casamento. Claro, os homens não chegam a pular tanto.
Banquete esquisito
Graças às suas patas pequenas, o pica-boi do bico amarelo (Buphagus africanus) perambula sobre zebras, rinocerontes e búfalos sem incomodá-los. Ele quer é degustar os minúsculos parasitas desses animais. Eventualmente, come casquinhas de feridas.
Elefante de estimação
A garça real da África (Ardeola ibis) passeia no lombo dos elefantes, comendo os insetos que pousam no animal. Em pequenos bandos, as aves não se separam das manadas durante o dia. À noite, dormem em árvores. Na manhã seguinte, cada uma corre atrás de seu elefante preferido.