O espetáculo ocorreu em Tsukuba, a chamada cidade da ciência no Japão, durante uma exposição dos mais recentes avanços na ciência dos novos materiais gelatinosos. Como mudam de forma de maneira regular, tais substâncias podem ser usadas para construir instrumentos até agora inimagináveis. Em Tsukuba, o público se divertiu com microengrenagens giratórias; macias garras para prender objetos leves, como papel ou lâminas de barbear; minúsculas e elásticas engenhocas capazes de escalar um plano inclinado; folhas reflexíveis que imitam asas de insetos, e assim por diante. As novas gelatinas estão ainda na infância tecnológica, mas não são simples curiosidade, advertem os especialistas. Pertencentes à categoria dos polímeros sintéticos, como plástico ou tecidos artificiais, elas contém aditivos que as tornam sensíveis a mudanças de acidez, de temperatura ou de impulso elétrico. Em resposta, alteram sua forma, sua capacidade de dissolver em líquidos ou de adquirir carga elétrica. Imagina-se que quando essas reações puderem ser mais bem controladas, os robôs gelatinosos poderão ser até inseridos no corpo humano para realizar funções delicadas, por exemplo, a de substituir partes de músculos lesados.