Três toneladas de peso, cerca de cinqüenta dentes e um canal danificado com 8 centímetros de profundidade e 4 de largura. São essas as medidas da mais nova cliente do dentista londrino Peter Kertesz: Tanouk, uma orca de 10 anos, do Zoológico Marinho de Antibes, na França. Mês passado, Kertesz, especializado no tratamento de animais exóticos, foi convidado para a experiência inédita de obturar um dente quebrado da baleia assassina. Embora casos como o de Tanouk sejam normalmente solucionados com a simples extração, a direção do zoo resolveu tentar a obturação depois que se constatou que o nervo já estava morto e o animal não sofreria nenhum tipo de dor. Deu certo. Com a ajuda do treinador, que persuadiu a paciente a ficar com a boca aberta durante as sessões, sempre curtas e rápidas, o dentista pôde limpar a gigantesca cavidade, que até maio fica vedada por curativos, renovados diariamente pelo pessoal de Antibes. Depois, Kertesz vai preencher o canal com material odontológico e encapá-lo com o mesmo tipo de amálgama usado no tratamento de humanos.