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Panda albino é avistado pela primeira vez em reserva na China

Câmera automática – acionada pela radiação infravermelha emitida pelo animal – fotografou os pelos brancos e olhos vermelhos inéditos na natureza.

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 30 Maio 2019, 18h20 - Publicado em 30 Maio 2019, 18h12

Uma criatura diferente de qualquer outra foi fotografada recentemente em uma floresta no sudoeste da China. Graças a uma das câmeras instaladas entre as árvores da Reserva Natural Wolong, na província de Sichuan, autoridades locais tiveram acesso à primeira imagem de um panda albino selvagem. As câmeras são acionadas automaticamente quando detectam uma fonte de radiação infravermelha – que é emitida por todo animal. 

Nem mesmo os espécimes com a pelagem preta e branca que estamos acostumados são fáceis de encontrar nos habitats naturais: existem menos de 2 mil pandas livres na natureza. E os próprios hábitos solitários e reclusos da espécie contribuem para que seja avistada poucas vezes — felizmente, já que até recentemente ela estava ameaçada de extinção.

Isso torna a foto do animal branco registrada em abril ainda mais rara e valiosa. De acordo com Li Sheng, membro da Comissão de Sobrevivência de Espécies da União Internacional para a Conservação da Natureza, a criatura singular tem uma ótima aparência. “Parece estar muito bem, é bastante forte”, disse ao New York Times.

Como o panda recém-descoberto deixa claro, o albinismo não é exclusividade humana: diversos mamíferos apresentam essa mutação genética. Ela interfere na capacidade de produção de melanina do organismo, proteína responsável pela pigmentação da pele, pelos e olhos. Além da pelagem branca do urso, seus olhos vermelhos confirmaram a condição.

Seres humanos com albinismo não sofrem grandes adversidades, já que nossa espécie descobriu como contorná-las. Protetores solares estão aí para evitar o câncer de pele, além dos óculos escuros para proteger contra possíveis danos na visão. Mas, na selva, a vida é dura para animais albinos. Sua cor branca muitas vezes atrai a atenção de predadores, e suas limitações visuais costumam dificultar a caça por comida.

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Esse não parece, porém, ser o caso do nosso amigo urso. “Com base na foto, o albinismo não afetou tanto a vida do panda branco”, disse Sheng. Apesar de as imagens não terem revelado o sexo do animal, os cientistas conseguiram estimar sua idade: entre um e dois anos. Pandas marrons também já foram avistados rondando pela região, possível indício de que um “branqueamento” genético estaria em curso entre os membros da espécie.

Duan Zhaogang, secretário do partido comunista chinês no distrito, declarou em um comunicado que serão instaladas mais câmeras infravermelho na reserva para monitorar o panda albino e suas eventuais crias. Então é provável que esta tenha sido a primeira, mas não a última vez que teremos a chance de contemplar essa criatura rara e magnífica.

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