Passarinhos são capazes de construir frases, diz pesquisa
Cientistas descobrem que o chapim, um passarinho comum na Ásia, é capaz de juntar palavras para montar sentenças. Até então se acreditava que os humanos eram a única espécie a dominar a sintaxe.
Uma equipe de cientistas asiáticos e europeus acaba de descobrir que o passarinho chapim, muito comum na Ásia, é capaz de conversar, organizando palavras em frases, como nós humanos. Já se sabia que várias espécies de primatas e aves atribuem significado a elementos vocais – ou seja, possuem um vocabulário de “palavras”. Mas é a primeira vez que se encontra uma espécie no mundo, além do Homo sapiens, que possui sintaxe – a capacidade de construir sentenças.
A sintaxe é a área da língua que estuda a ordem das palavras na frase e a lógica dessa disposição. Nós humanos ampliamos imensamente nossas possibilidades de comunicação ao criar frases que contêm sujeito, predicado, complemento e adjunto. Assim é possível combinar palavras de formas diversas e mudar o sentido do que se quer dizer.
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A equipe de cientistas descobriu que a espécie Parus minor, conhecida pelo grande repertório vocal, faz mais ou menos a mesma coisa. Por exemplo, elas possuem um piado que foi batizado pelos pesquisadores de ABC e significa cuidado. Os pássaros usam essa palavra para avisar que um predador está por perto. Já o chamado D é utilizado para atrair para perto, quando se quer convidar o parceiro para um chamego no ninho, por exemplo. Pois bem: os cientistas notaram que os passarinhos combinam as duas chamadas para formar ABC-D, quando eles encontram predadores e querem se unir para detê-los. Os pesquisadores então gravaram os chamados e tocaram no sentido inverso: D-ABC. O resultado é que os passarinhos não entenderam nada e ignoraram o chamado. Ou seja, não estamos mais sozinhos ao sermos incompreendidos uns pelos outros.
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