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Pesquisadores brasileiros descobrem gene que pode proteger contra a Covid-19

Como é possível uma pessoa permanecer saudável enquanto seu parceiro, dormindo na mesma cama, sofre com Covid-19? A resposta está na genética.

Por Eduardo Lima
4 dez 2024, 16h00

O médico Marcelo Sapienza foi infectado duas vezes pelo SARS-CoV-2, o vírus da Covid-19. Nas duas ocasiões, sua esposa Maria Tereza Malheiros Sapienza, que também da área da saúde, não apresentou sintoma algum, apesar de estar em contato direto com o marido.

O caso dos Sapienza não é único. Eles fizeram parte do grupo de voluntários reunido pelo Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco (CEGH-CEL), financiado pela FAPESP e sediado na Universidade de São Paulo (USP), para entender como era possível dividir a mesma cama com alguém infectado e não sofrer com Covid-19.

86 casais foram analisados desde 2020 e apelidados pelos pesquisadores de “pares sorodiscordantes”. Só seis deles (incluindo os Sapienza) continuaram sorodiscordantes durante toda a pandemia, com um dos cônjuges se infectando mais de uma vez. Nos seis casos, foram as mulheres que resistiram ao coronavírus.

O experimento encontrou um biomarcador de resistência à Covid-19. Os resultados foram publicados no periódico Frontiers in Cellular and Infection Microbiology.

Como funciona o gene protetor?

Numa análise do sangue dessas seis mulheres, os cientistas descobriram que todas elas tinham uma expressão aumentada do gene IFIT3 (sigla em inglês para o nome complicado “proteína induzida por interferon com repetições de tetratricoptídeo 3″) em comparação aos seus maridos. No caso das mulheres que tiveram infecções sintomáticas, a expressão do gene é baixa, em níveis parecidos com o dos homens.

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Esse gene faz parte de uma resposta antiviral, como explicou o primeiro autor do estudo, Mateus Vidigal, à Agência FAPESP. Em outros estudos, pesquisadores já identificaram a participação do gene na proteção contra dengue, hepatite B e adenovírus.

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A proteína codificada por esse gene se liga ao RNA do vírus de uma forma que impede sua reprodução. Ou seja: o SARS-CoV-2 não consegue invadir novas células, e quadro de Covid-19 não avança. O gene IFIT3 corta o mal na raiz. Isso significa que as seis mulheres foram infectadas, mas o vírus teve dificuldade para se replicar no corpo delas, e por isso não foram acometidas pela doença.

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As amostras de sangue dos casais foram colhidas em 2020 e em 2022, quando todos eles já tinham tomado duas doses de vacina contra a Covid-19. As células do sangue foram analisadas in vitro com um vírus sintético, criado em laboratório, que imita o modo de agir do SARS-CoV-2.

O IFIT3 pode ser um possível agente terapêutico. Mais estudos são necessários para entender a importância desse gene na proteção contra essa e outras doenças.

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