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Conheça o misterioso hexágono que existe no polo norte de Saturno

Ele é formado por uma corrente de ar instável e tem 30 mil quilômetros de largura – espaço que comportaria dois planetas Terra.

Por Luisa Costa
Atualizado em 27 dez 2022, 18h44 - Publicado em 27 dez 2022, 18h43

Pegue qualquer imagem da Terra vista do espaço e você verá um mundo azul coberto por nuvens brancas que, aqui e acolá, formam redemoinhos. Por aqui, esse é o status quo: as correntes de ar imprimem círculos e espirais no planeta. Daí você imagina a surpresa dos astrônomos ao descobrirem que o padrão que aparece no polo norte de Saturno é um hexágono.

O hexágono de Saturno foi descoberto em 1981 pela missão Voyager, da Nasa, que enviou uma sonda ao gigante gasoso. O polo norte do planeta foi revisitado em 2004 pela agência americana com outra missão não tripulada, chamada Cassini-Huygens – que ficou em operação até 2017. Mas as informações sobre o hexágono ainda são escassas: ele é um dos mistérios do Sistema Solar.

Sabe-se que o hexágono é formado por uma corrente de ar que se move de forma instável e turbulenta. É um furacão gigante que gira no sentido anti-horário e tem 30 mil quilômetros de largura – um espaço que comportaria duas Terras. Não é um fenômeno uniforme: por lá existem diversas estruturas de nuvens, com tamanhos e orientações diferentes.

Bem no centro do polo norte, está o redemoinho principal, com um olho 50 vezes maior que o olho médio de um furacão na Terra. Há um monte de vórtices menores que se arrastam em volta do centro e giram, ao contrário de todo o resto, em sentido horário. O maior destes vórtices se estende por 3,5 mil quilômetros – aproximadamente o dobro do tamanho do maior furacão da Terra, segundo a Nasa.

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Gif colorido que mostra a visão completa do polo norte de Saturno, onde consegue-se ver o hexágono e suas variações de movimento.
O hexágono criado pela corrente de ar no polo norte de Saturno é um dos mistérios do Sistema Solar. (NASA/Divulgação)

Os astrônomos sabem desses detalhes por causa das imagens obtidas em 2012 pela câmera da espaçonave Cassini, que formaram o vídeo que você vê acima – o primeiro a mostrar uma visão completa do polo norte de Saturno.

As imagens foram coloridas artificialmente: os astrônomos atribuíram cores a ondas eletromagnéticas que não somos capazes de enxergar, como o ultravioleta e o infravermelho. É um truque comum para gerar imagens do cosmos, e você pode entender melhor sobre esse processo nesta matéria da Super.

As cores diferentes, claro, não servem para nos deixar boquiabertos. Elas mostram aos astrônomos um contraste entre tipos diferentes de partículas atmosféricas. Segundo a Nasa, dentro do hexágono há menos partículas grandes de névoa e uma concentração de partículas menores. É o contrário do lado de fora: a corrente de ar que forma o hexágono funcionaria como uma barreira.

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OK: o vídeo super colorido nos mostra como a corrente de ar se movimenta no polo norte de Saturno. Mas como o hexágono se parece, de verdade? Nós o enxergaríamos em tons de dourado e azul, se fosse possível viajar até lá. Mais ou menos como a imagem abaixo, também registrada pela missão Cassini, em 2012, a uma distância de 418 mil quilômetros do planeta.

Imagem do polo norte de Saturno.
O hexágono na atmosfera de Saturno é azul e dourado. (NASA/Divulgação)

Cientistas da Universidade de Harvard já fizeram simulações de computador para estudar a atmosfera de Saturno e alcançaram o formato hexagonal em modelos 3D do planeta. “A ideia principal é que as tempestades não precisam ser fenômenos circulares [como são na Terra]”, disse Rakesh Yadav, pesquisador de Harvard que participou da investigação. “Eles podem adquirir formas poligonais em planetas gigantes [como Saturno]”.

Os astrônomos também já descobriram que o hexágono muda de cor de acordo com a exposição do polo norte à luz solar, que poderia aumentar a presença de aerossóis e, então, alterar a composição da atmosfera do planeta. Mas os motivos para a mudança de cor ainda são discutidos – assim como o próprio formato, o hexágono, formado pelas correntes de ar.

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