Clique e Assine SUPER por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Queimadas deixam céu vermelho na Indonésia

Tonalidade incomum é resultado de altas concentrações de um poluente específico. Entenda como o fenômeno acontece – e o papel dos incêndios.

Por Maria Clara Rossini
24 set 2019, 18h23

O último dia 19 de agosto foi uma data marcante para os moradores de São Paulo. Foi quando o dia virou noite às três da tarde. O céu ficou repleto de nuvens, bloqueando quase totalmente a passagem do Sol. A fumaça proveniente da Amazônia contribuiu para o fenômeno e chamou a atenção do mundo para as queimadas na região. Agora, chegou a hora de olhar para a Indonésia.

A ilha de Sumatra ficou completamente vermelha na último final de semana em consequência dos incêndios florestais do país. O vídeo abaixo foi feito no sábado (21) por uma moradora da província de Jambi, ao sul da ilha, e divulgado pela emissora russa RT.

O cenário é típico de filme apocalíptico. Outros moradores publicaram vídeos semelhantes nas redes sociais, onde reclamam da qualidade do ar e dores nos olhos e garganta.

Continua após a publicidade

A Agência de Meteorologia, Climatologia e Geofísica da Indonésia divulgou em sua conta oficial do Instagram o nome do fenômeno: dispersão de Mie. Ele ocorre quando a luz do Sol se espalha graças a pequenas partículas de poluição presentes no ar. Assim, toda a atmosfera acaba ganhando esse aspecto vermelho.

Mas não é qualquer tipo de poluente que é capaz de causar o efeito. A dispersão de Mie só acontece quando o diâmetro das partículas é semelhante ao comprimento de onda da luz visível. Traduzindo, ela acontece quando os raios de luz do Sol têm o tamanho dos pedacinhos fuligem que estão suspensos no céu. Nos locais em que os vídeos foram feitos, a agência de meteorologia indonésia detectou altas concentrações do poluente PM10. Esse tipo de contaminante se caracteriza por ter partículas de até 10 micrômetros de diâmetro.

É essa mesma lógica que torna o céu azul. A radiação solar é composta por vários comprimentos de onda que resultam em tonalidades diferentes de cor (representadas pelo arco-íris). Quando entram na atmosfera, elas “batem” nos átomos de nitrogênio e oxigênio e se dispersam. Acontece que um comprimento em específico — o azul — é compatível com os átomos da atmosfera, o que faz com que a cor se espalhe por toda a atmosfera. Aí, temos a impressão que a cor azulada é regra.

O PM10, que tornou o céu da Indonésia vermelho, é fruto das queimadas florestais que ocorrem anualmente no país. A partícula pode penetrar no sistema respiratório e provocar doenças respiratórias e cardiovasculares, além de atrapalhar (e muito) a visibilidade da região.

Os incêndios florestais geralmente ocorrem entre os meses de julho e outubro, período de maior seca do país. Segundo a Agência de Desastres Naturais da Indonésia, mais de 328 mil hectares de floresta já foram queimados em 2019.

Usar a queimada para limpar o terreno para plantações é ilegal na Indonésia. No entanto, muitos fazendeiros ainda adotam a prática no cultivo do dendezeiro (planta usada na produção do azeite de dendê) e de árvores que servem à produção de papel. Não é raro que essas queimadas acabem ultrapassando os limites da propriedade e provocando incêndios em reservas florestais.

A província de Riau, que faz fronteira com Jambi, declarou estado de emergência devido à poluição atmosférica. Segundo a Agência Nacional de Contramedidas para Desastres do país, quase 1 milhão de pessoas sofre de problemas respiratórios decorrentes da neblina e fumaça das queimadas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.