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Rápida como a luz

Cientistas fazem estudos sobre a gravidade nos EUA, utilizando um supervelocímetro capaz de medir a espessura de um fio de cabelo a 400 quilômetros de distância.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h45 - Publicado em 28 fev 2003, 22h00

Flávio Dieguez

Se o Sol, por algum motivo, desaparecesse, a Terra levaria exatos 8,5 minutos para sentir a falta dele e se libertar de sua órbita: esse é o tempo que os grávitons levariam para chegar aqui, a uma velocidade praticamente igual à da luz, cerca de um bilhão de quilômetros por hora. Os grávitons são partículas microscópicas que, segundo Einstein (sempre ele) teorizou, em 1915, comporiam o “elástico gravitacional” que prende um corpo ao outro no universo e que, até hoje, nunca foram observados.

Eles continuam sumidos, mas agora sabemos, pelo menos, a qual velocidade se deslocam. Parece delírio, mas dois cientistas acabam de comprovar esse fato usando um instrumento-monstro. O supervelocímetro só foi possível somando 11 telescópios – dez nos Estados Unidos e um na Alemanha – que, juntos, funcionaram como um único aparelho com cerca de 10 mil quilômetros de diâmetro e uma precisão que seria capaz de medir a espessura de um fio de cabelo a 400 quilômetros de distância.

Com ele, o astrônomo Edward Fomalont, do Observatório Nacional de Radioastronomia e o físico Sergei Kopeikin, da Universidade do Missouri, ambos nos Estados Unidos, autores da proeza, mediram o tempo que a gravidade do planeta Júpiter levou para chegar não a um outro corpo celeste, mas a um raio de luz. A dupla escolheu um raio luminoso vindo de uma galáxia conhecida pela sigla J084. Eles sabiam que, em janeiro, o planeta estaria na mesma região do céu em que fica a galáxia e que, aos poucos, sua gravidade passaria a atrair o raio de luz. Ao telescópio, a galáxia pareceria mudar de posição no céu e os cálculos colocavam a seguinte situação: se a gravidade fosse infinitamente rápida, a galáxia pareceria descrever um círculo perfeito. Mas se a sua velocidade não fosse infinita, o movimento aparente da galáxia seria uma elipse. Quanto mais distorcida a curva, menor a velocidade gravitacional. Foi exatamente isso o que os telescópios mostraram.

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Pela forma da elipse, os cientistas avaliaram que a força de Júpiter avançou na direção do raio luminoso a 95% da velocidade da luz. Como a margem de erro é de 20%, para mais ou para menos, já dá para dizer que Einstein, muito provavelmente, estava certo. Mais uma vez.

Para que serve isso? Na prática, para nada. Mas, para quem quiser saber exatamente como é o universo, tem tudo a ver. Kopeikin diz que seu trabalho joga um balde de água fria na teoria de que o universo teria mais que as quatro dimensões tradicionais – comprimento, largura, altura e tempo. O motivo, para ele, é simples: “As dimensões extra funcionariam como atalhos para a gravidade”, afirma. “Se houvesse dimensões extras, a velocidade seria maior do que a que conseguimos medir”.

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