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Sem esse gene, você seria uma gosma

Um único gene foi o responsável pela evolução da vida complexa, revelam cientistas canadenses.

Por Fábio Marton
Atualizado em 31 out 2016, 18h58 - Publicado em 4 mar 2016, 19h45
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  • A vida na Terra surgiu há uns 4 bilhões de anos. Por mais de 3 bilhões, essa vida era invisível, limitada a seres unicelulares. Alguém que nos visitasse acharia estar num planeta vazio, pelo menos até olhar no microscópio.  

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    Então tudo mudou. Surgiram plantas e bichos, primeiro meros filtradores, como as esponjas, depois seres grandes, ágeis e complexos, numa diversificação psicodélica de formas, a Explosão do Cambriano, há 500 milhões de anos.

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    O que teria sido o gatilho dessa revolução. Segundo um estudo da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), foi um gene. Todos os organismos complexos modernos, como animais, plantas e fungos, possuem genes versões modificadas dele.

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    A versão original foi perdida na evolução, mas seu segredo foi permitir a produção das enzimas chamadas proteínas quinases. Elas atuam como um sistema de comunicação dentro da célula, alterando outras proteínas, ligando e desligando genes, dando ordens para a célula se divida e coordenando o trabalho das organelas, as estruturas internas que não existem em bactérias e outras células mais primitivas.

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    Talvez o mais importante e que elas também permitem que uma célula se comunique com a outra. Músculos, neurônios e o próprio surgimento de um organismo com qualquer forma definida seriam impossíveis sem elas. O máximo que poderia existir seriam colônias de células – ou, como os próprios cientistas definiram, uma “meleca”, como aquela com que a titia faz iogurte caseiro. “Se as duplicações e subsequentes mutações desse gene durante a evolução não ocorressem, a vida seria completamente diferente”, afirma o neurologista Stevel Pelech, um cos condutores do estudo. “A forma mais avançada de vida em nosso planeta provavelmente ainda seria uma gosma bacteriana.”

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    O ser humano tem 500 genes relacionados às proteínas quinases. Quando eles falham, causam sérios problemas. Por exemplo, os cânceres surgem quando as células não pegam o recado para pararem de se multiplicar. A diabetes também nasce de um erro de comunicação.

    A mutação aponta para o ancestral comum entre todos os eucariontes modernos – não só as já citadas plantas, animais e fungos, mas também protozoários e algas unicelulares, seres com células muito mais complexas que as das bactérias primitivas. A mutação teria acontecido há mais ou menos um bilhão de anos. “Nossa nova pesquisa indica que o gene provavelmente se originou em bactérias para facilitar a síntese de proteínas e então sofreu mutações para adquirir funções completamente novas”, afirma Pelech. Ele acredita que a descoberta pode criar todo um novo método de determinar a árvore da vida.

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