Sucesso depende mais da origem do que do talento, diz estudo
Pesquisa feita nos EUA afirma que nascer em família abastada e ter boa educação garante mais sucesso do que as habilidades natas
Talvez você já suspeitasse, mas agora cientistas provaram: nascer em uma família abastada garante mais o seu sucesso futuro do que suas próprias capacidades. Ou seja: não adianta nascer superdotado — se a pessoa vier de uma família que não forneça o suporte econômico necessário, isso vai impactar diretamente nos seus resultados mais para frente.
Segundo a pesquisa, as “dotações genéticas” (genes que conferem altas capacidades de aprendizado e inteligência) estão distribuídas quase igualmente entre as crianças vindas de famílias de baixa e alta renda. Mas o sucesso não.
Para constatar isso, Kevin Thom, economista da New York University, utilizou a base de dados genéticos de uma pesquisa que avaliou o genoma de mais de 1 milhão de pessoas, e o relacionou a diferentes potenciais de aprendizado. Essa pesquisa comprovou que há pessoas com genes que conferem altas capacidades de aprendizado, e isso está distribuído em todas as classes sociais.
Mas, o que Thom e seus colegas colocaram em números foi o sucesso futuro das pessoas com esses genes: apenas 24% delas, se nascidas em famílias pobres, conseguem concluir uma faculdade. Já dentre as nascidas ricas, 63% delas concluem o ensino superior.
As diferenças estatísticas ficam ainda maiores ao observar o outro lado, as pessoas que não possuem esses genes: 27% delas, se nascidas em famílias abastadas, se formam no ensino superior. O que é maior que o índice de pessoas pobres com alto potencial de aprendizado.
“Se você não tem os recursos da família, até as crianças brilhantes – aquelas naturalmente dotadas – terão que enfrentar batalhas muito difíceis”, disse Thom. “Muito potencial está sendo desperdiçado. E isso não é bom para eles, mas também não é bom para a economia. Todas aquelas pessoas que não frequentaram a faculdade, mas possuem altos níveis genéticos de aprendizagem, poderiam ter curado o câncer?” indaga o economista Johns Hopkins, colaborador do estudo.