Um mapa escrito nos genes
Biólogo Andrew Helbig concluiu que os filhotes de algumas espécies de pássaros migradores têm o caminho de sua rota escrito em seu mapa genético.
Os filhotes de algumas espécies de pássaros migradores encontram a rota a seguir sem a ajuda dos mais velhos, como costuma ocorrer normalmente. E, para isso, não precisam fazer grande esforço, pois o caminho esta escrito no seu mapa genético. Ao menos foi o que concluiu o biólogo Andrew Helbig, do Vogelwarte Radolfezell, um instituto de pesquisa alemão localizado dentro de uma reserva florestal. Para tanto, ele estudou um grupo austríaco e outro alemão de clackcaps (Sylvia atricapilla) um pássaro de cerca de 14 centímetro encontrado em alguns lugares da Europa, Ásia e África. Na época da migração, os blackcaps alemães rumam para o oeste do Mar Mediterrâneo, enquanto os austríacos vão para o sudeste e de lá para o sul, ate a África.
O biólogo observou que quando se cruzam blackcaps de pais alemães e mães austríacas, ou vice versa, os filhotes percorrem uma rota intermediaria à dos país. É a mistura genética, segundo o cientista, que determina esse comportamento. Na verdade, ele não sabe ainda quantos genes estão envolvidos nesse processo. Para comprovar a hipótese dos caminhos, Helbig testou aves em cativeiro. “Ele usou a técnica de agitação migratória”, explica o físico Ronald Ranvaud, especialista em Filosofia da imigração de pássaros, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. “A ave é presa numa gaiola revestida com papel especial. Na hora de migrar, ela começa a pular para o lado que voaria se estivesse livre, arranhando o papel. As marcas permitem estabelecer seu caminho.”