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Vacina de Oxford é segura e eficaz em primeiros testes com humanos

O imunizante estimula a produção de anticorpos contra o Sars-Cov-2 e de glóbulos brancos, que ajudam a identificar células já infectadas.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 13 mar 2024, 10h54 - Publicado em 20 jul 2020, 16h49

Nesta segunda-feira (20), foi publicado na revista científica The Lancet que a vacina ChAdOx1 nCoV-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford (Reino Unido), mostrou resultados promissores em suas duas primeiras fases de testes. De acordo com os pesquisadores, a vacina aumentou os níveis de anticorpos neutralizantes protetores e de células T imunes no organismo. 

A vacina de Oxford, produzida em conjunto com a farmacêutica AstraZeneca PLC, utiliza uma tecnologia conhecida como vetor viral recombinante. Os cientistas usam um vírus inofensivo, que não apresenta problemas à saúde humana, e adicionam o material genético ligado à produção de proteína “spike” do Sars-CoV-2, aquela que serve como uma chave para invadir as células humanas. Essa combinação é o que induz o sistema imunológico a reagir, como se aquele vírus inofensivo fosse o coronavírus.

A proteção oferecida pela vacina é considerada dupla. O organismo gera anticorpos, que se conectam e neutralizam o vírus antes que ele infecte as células. Além disso, ele também estimula altos níveis de células T, que são os glóbulos brancos. Eles ajudam o sistema imunológico na identificação e destruição de células já infectadas. Nos testes, as células T começaram a surgir em parte dos voluntários 14 dias após a dose da vacina, enquanto os anticorpos foram identificados cerca de 28 dias após a aplicação.

Os ensaios clínicos foram realizados com 1077 voluntários, em que metade recebeu o composto e a outra parte recebeu um placebo. Os resultados foram positivos logo na primeira dose oferecida, mas a vacina se mostrou ainda mais eficaz após uma segunda dose, sendo esse o padrão recomendado pelos pesquisadores. Os cientistas reforçam que os estudos são preliminares e que são necessários mais testes para confirmar a eficácia da vacina. 

Fase três

A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford encontra-se agora na fase 3 de testes, considerada a última fronteira para uma possível aprovação. Serão 50 mil pessoas testadas em todo o mundo, estando 10% destas no Brasil. Por aqui, teremos cinco mil voluntários, todos profissionais da saúde entre 18 e 55 anos. Dois mil são de São Paulo, dois mil da Bahia e mil do Rio de Janeiro.

Os testes em solo brasileiro começaram há um mês, na semana do dia 21 de junho. Em São Paulo, as aplicações estão sendo conduzidas pela Unifesp, enquanto no Rio de Janeiro e Bahia, estão sob responsabilidade do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.

Os voluntários devem ser acompanhados durante um ano, mas há possibilidade da distribuição das vacinas ocorrer antes desse período em caráter emergencial. Os cientistas esperam ter dados comprobatórios quanto à eficácia do imunizante ainda entre outubro e novembro deste ano para iniciar a distribuição. 

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O acordo realizado entre o Brasil e a AstraZeneca permitirá que a Fiocruz conduza a produção das vacinas no país, na fábrica de Bio-Manguinhos (Rio de Janeiro), e comece a disponibilizá-la após a conclusão da fase três de testes. De acordo com previsões do Ministério da Saúde, se tudo correr bem, as primeiras doses devem estar disponíveis para o público entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021.

Outras vacinas

Há cerca de 160 vacinas contra a Covid-19 sendo desenvolvidas em todo o mundo. Na última semana, por exemplo, falamos aqui na Super sobre os avanços do imunizante produzido pela empresa americana Moderna. 

Na terça-feira (21), outra vacina deve começar a ser testada também em São Paulo. É a chamada CoronaVac, produzida pela empresa chinesa Sinovac. Foram enviadas ao Instituto Butantan vinte mil doses de imunizantes e placebos, que devem ser aplicadas em voluntários de 12 centros de referência do país, começando no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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A CoronaVac é produzida através de cepas inativadas do Sars-CoV-2 e também está em sua terceira fase de testes. Você pode saber mais sobre todas as vacinas em desenvolvimento na reportagem de capa da Super

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