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Vírus gigante infecta e mata ameba Naegleria, a “comedora de cérebros”

Esse parasita peso-pesado pode servir como prevenção contra a meningoencefalite amebiana primária – uma doença rara que mata 97% dos infectados.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 abr 2024, 14h44 - Publicado em 26 abr 2024, 14h00

Era uma vez uma doença rara chamada meningoencefalite amebiana primária (PAM, na sigla em inglês). Nela, um protozoário de nome científico Naegleria fowleri se alimenta do córtex que é a superfície do cérebro, localizada logo abaixo do crânio. 97% dos infectados morrem, em geral, cinco dias após o início dos sintomas.

Normalmente, essas amebas levam uma vida sossegada em lagos ou piscinas sujas, se alimentando dos banquetes de bactérias que se multiplicam em águas mornas. O problema é quando um ser humano inala a água pelo nariz e leva um protista de carona. Ele se instala dentro do crânio e não encontra micróbios. Com fome, almoça sua massa cinzenta e se multiplica.

Existem alguns tratamentos que conseguiram reverter o quadro em pacientes isolados, mas ainda não há um protocolo universalmente eficaz: apenas quatro infectados sobreviveram à doença entre 1962 e 2022.

Agora, um grupo de pesquisadores liderados por Matthias Horn e Patrick Arthofer, da Universidade de Viena, descobriu um vírus gigante (e inofensivo para humanos) que é capaz de infectar e matar a Naegleria. No futuro, há potencial para que esse micróbio roliço combata as infecções ou, pelo menos, seja usado na limpeza preventiva de piscinas e corpos d’água naturais frequentados por humanos.

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Vírus gigantes são uma descoberta recente: os primeiros foram encontrados em 1981. Eles são grande tanto em tamanho (têm algo entre cinco e dez vezes o diâmetro da cápsula de um vírus comum) como em genoma (são capazes de fabricar mais de mil proteínas, em alguns casos. Um coronavírus, para fins de comparação, faz 29). Todos os grandões conhecidos pertencem ao filo Nucleocytoviricota.

A ameba engole o vírus porque o confunde com uma bactéria, que é sua fonte de alimento usual. Uma vez lá dentro, o parasita usa proteínas fabricadas sob medida para suprimir a resposta imunológica natural do protozoário. Ele sequestra o maquinário celular da Naegleria, faz cópias de si mesmo e, finalmente, destrói seu hospedeiro para liberar esses clones.

A ideia de usar vírus para combater outros parasitas não é novidade. Uma linha de pesquisa promissora envolve o uso de bacteriófagos, vírus comuns especializados em infectar bactérias, no combate a infecções resistentes a antibióticos. Mas a versão peso-pesado dessa disputa, envolvendo dois microorganismos de grande porte, é novidade. A ver no que esse duelo microscópico vai dar.

 

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