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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Um exército com 37 trilhões de soldados

Seu corpo é fruto de uma cooperação delicada entre células, forjada ao longo de 650 milhões de anos. E o que as drogas fazem é hackear a troca de informações entre elas. Entenda melhor em duas reportagens desta edição.

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16 jun 2023, 09h33

Num dia qualquer, há 3,5 bilhões de anos, surgiu uma nova molécula. Era uma cadeia de átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio, fósforo e nitrogênio formando uma estrutura de um milionésimo de centímetro.

Essa escultura minúscula tinha forma de hélice, e uma capacidade peculiar: conseguia produzir cópias de si mesma a partir de outras moléculas, mais simples, que flutuavam em seu habitat aquático. Tratava-se de uma escultura capaz de esculpir. Uma versão primitiva daquilo que conhecemos hoje como DNA.

Cada nova escultura não saía exatamente igual à anterior. Aparecia um erro de cópia aqui, outro ali: as mutações. A imensa maioria das mutações gerava moléculas defeituosas, que não conseguiam criar novos clones de si mesmas. Algumas poucas, porém, davam origem a cópias melhores do que o original.

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Uma dessas alterações conferiu a essas moléculas uma carapaça natural, uma armadura para enfrentar as intempéries do ambiente. Nasciam ali as primeiras células.

Há uns 650 milhões de anos, várias delas passaram a trabalhar em equipe, em prol da sobrevivência conjunta. Células que tinham adquirido uma mutação que lhes conferia perceber a presença ou a ausência de luz, por exemplo, ficavam na linha de frente. Outras cuidavam da locomoção, trabalhando como remadoras. Vieram também as especialistas em digerir nutrientes de forma mais eficaz, produzindo energia para o sistema todo. Esses grupos também aprenderam a se reproduzir em conjunto. Um batalhão de células cooperativas gerava outros batalhões inteiros, com tudo já encaixado.

E ainda gera. O seu corpo mesmo é um desses exércitos, com 37,2 trilhões de células trabalhando em conjunto pela sobrevivência. Essa é uma parte da história que o editor Bruno Vaiano conta em detalhes nesta matéria. Mas ela também tem a ver com a nossa reportagem de capa.

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As células do nosso exército interior trocam informações entre si o tempo todo para que o sistema opere adequadamente. E drogas são uma forma de hackear essa comunicação. Por exemplo: o cérebro mantém um estoque de dopamina, o neurotransmissor-biscoito. Ele cria uma sensação de prazer, de “missão cumprida” quando a gente se alimenta ou faz sexo – as atividades básicas para que o DNA sobreviva e se reproduza.

A cocaína (e sua forma ainda mais avassaladora, o crack) arromba os cofres de dopamina dos neurônios, criando descargas de prazer a troco de nada – descargas mais intensas do que as naturais. Daí seu poder de criar dependência. Entre as armas da ciência na luta contra essa questão de saúde pública estão as vacinas que desativam a molécula da cocaína no corpo, impedindo que a droga faça efeito.

Na capa deste mês, o editor Bruno Garattoni explica em que pé estão as pesquisas nesse sentido, e mostra por que, mesmo sendo uma ferramenta bem-vinda, ela também traz seus riscos. Boa leitura.

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