Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Bruno Garattoni

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
Continua após publicidade

EUA têm 100 bombas atômicas em bases militares na Europa

Arsenal está distribuído por cinco países; uso requer códigos secretos, que ficam em poder dos americanos; artefatos são da família B61, que possui intensidade ajustável e chega a 340 kilotons, 22 vezes a potência da bomba de Hiroshima 

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 set 2024, 10h28 - Publicado em 7 abr 2022, 16h41

Arsenal está distribuído por cinco países; uso requer códigos secretos, que ficam em poder dos americanos; artefatos são da família B61, que possui intensidade ajustável e chega a 340 kilotons, 22 vezes a potência da bomba de Hiroshima 

Com o acirramento das tensões entre EUA e Rússia após a invasão da Ucrânia, a hipótese de guerra nuclear voltou a frequentar o noticiário e a imaginação do público. As pessoas costumam imaginar um confronto do tipo com mísseis intercontinentais, os ICBMs, ou bombas transportadas por aeronaves de longo alcance, como o bombardeiro americano B-52. Mas o que menos gente sabe é que os Estados Unidos também mantêm um grande arsenal nuclear na própria Europa – em seis bases americanas, alojadas em cinco países. 

Essas bases ficam em Aviano e Ghedi, na Itália; em Buchel, na Alemanha; em Kleine-Brogel, na Bélgica; em Incirlik, na Turquia; e em Volkel, na Holanda. Não existem dados públicos sobre o tamanho do arsenal, mas há uma estimativa altamente confiável: segundo o Nuclear Notebook, um estudo publicado desde 1987 pelo Bulletin of the Atomic Scientists (grupo fundado em 1948 por Albert Einstein e J. Robert Oppenheimer, um dos pais da bomba atômica), as bases americanas na Europa têm 100 bombas atômicas. O número é de 2021, anterior à crise atual. 

Todos os artefatos são da mesma família: a B61, que é do tipo termonuclear – ou “bomba de hidrogênio”. Esse tipo de bomba atômica combina estágios de fissão e fusão nuclear. Quando ela é detonada, primeiro ocorre uma reação de fissão (quebra de átomos), que libera grande quantidade de energia. Esse é o princípio de funcionamento das bombas de Hiroshima e Nagasaki. 

Mas as bombas termonucleares, como as B61, usam a energia liberada na fissão para comprimir um segundo estágio, que contém hidrogênio. Isso provoca a fusão nuclear, gerando uma explosão milhares de vezes mais potente. Cada B61 é capaz de alcançar 340 kilotons – o equivalente a 340 mil toneladas de TNT (22 vezes a potência da bomba de Hiroshima). A Bomba Tsar, que foi construída e testada pela URSS em 1961 e é a mais potente de todos os tempos, com 50 megatons (equivalente a 50 milhões de toneladas de TNT), é termonuclear. 

Continua após a publicidade

A B61 é um dispositivo “de gravidade”, ou seja, ela deve ser liberada mais ou menos sobre o centro do alvo. Mas não requer o uso de bombardeiros: é bem compacta e pode ser facilmente transportada por caças como o F-15E (veja exemplo no vídeo abaixo, gravado durante um teste de voo).


Ela possui uma característica interessante: é de potência variável, podendo ser ajustada antes do lançamento – caso desejado, sua força pode ser reduzida a ‘apenas’ 0,3 kiloton. Isso é feito controlando o fluxo de trítio, um isótopo do hidrogênio, dentro da bomba. O conceito por trás das bombas nucleares de baixa potência é assustar o oponente, sinalizando uma possível intensificação do conflito – e fazer com que ele recue. Isso em teoria, claro.

As 100 bombas ficam em países membros da OTAN, mas essas nações não têm o controle sobre elas: as bases são operadas pelos EUA, e para armar as bombas é necessário ativá-las por meio do sistema Permissive Action Link – fornecendo códigos secretos que ficam em poder americano. França e Reino Unido, que fazem parte da OTAN, possuem arsenais próprios.

Continua após a publicidade

O arsenal americano de 100 bombas na Europa já seria mais do que suficiente para uma grande guerra nuclear. Mas é muito menor do que já foi: na década de 1970, os EUA e a OTAN chegaram a ter 7.300 artefatos nucleares espalhados pelo Velho Continente.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.