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Por Bruno Garattoni
Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
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EUA têm 100 bombas atômicas em bases militares na Europa

Arsenal está distribuído por cinco países; uso requer códigos secretos, que ficam em poder dos americanos; artefatos são da família B61, que possui intensidade ajustável e chega a 340 kilotons, 22 vezes a potência da bomba de Hiroshima 

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Atualizado em 7 abr 2022, 17h08 - Publicado em 7 abr 2022, 16h41

Arsenal está distribuído por cinco países; uso requer códigos secretos, que ficam em poder dos americanos; artefatos são da família B61, que possui intensidade ajustável e chega a 340 kilotons, 22 vezes a potência da bomba de Hiroshima 

Com o acirramento das tensões entre EUA e Rússia após a invasão da Ucrânia, a hipótese de guerra nuclear voltou a frequentar o noticiário e a imaginação do público. As pessoas costumam imaginar um confronto do tipo com mísseis intercontinentais, os ICBMs, ou bombas transportadas por aeronaves de longo alcance, como o bombardeiro americano B-52. Mas o que menos gente sabe é que os Estados Unidos também mantêm um grande arsenal nuclear na própria Europa – em seis bases americanas, alojadas em cinco países. 

Essas bases ficam em Aviano e Ghedi, na Itália; em Buchel, na Alemanha; em Kleine-Brogel, na Bélgica; em Incirlik, na Turquia; e em Volkel, na Holanda. Não existem dados públicos sobre o tamanho do arsenal, mas há uma estimativa altamente confiável: segundo o Nuclear Notebook, um estudo publicado desde 1987 pelo Bulletin of the Atomic Scientists (grupo fundado em 1948 por Albert Einstein e J. Robert Oppenheimer, um dos pais da bomba atômica), as bases americanas na Europa têm 100 bombas atômicas. O número é de 2021, anterior à crise atual. 

Todos os artefatos são da mesma família: a B61, que é do tipo termonuclear – ou “bomba de hidrogênio”. Esse tipo de bomba atômica combina estágios de fissão e fusão nuclear. Quando ela é detonada, primeiro ocorre uma reação de fissão (quebra de átomos), que libera grande quantidade de energia. Esse é o princípio de funcionamento das bombas de Hiroshima e Nagasaki. 

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Mas as bombas termonucleares, como as B61, usam a energia liberada na fissão para comprimir um segundo estágio, que contém hidrogênio. Isso provoca a fusão nuclear, gerando uma explosão milhares de vezes mais potente. Cada B61 é capaz de alcançar 340 kilotons – o equivalente a 340 mil toneladas de TNT (22 vezes a potência da bomba de Hiroshima). A Bomba Tsar, que foi construída e testada pela URSS em 1961 e é a mais potente de todos os tempos, com 50 megatons (equivalente a 50 milhões de toneladas de TNT), é termonuclear. 

A B61 é um dispositivo “de gravidade”, ou seja, ela deve ser liberada mais ou menos sobre o centro do alvo. Mas não requer o uso de bombardeiros: é bem compacta e pode ser facilmente transportada por caças como o F-15E (veja exemplo no vídeo abaixo, gravado durante um teste de voo).


Ela possui uma característica interessante: é de potência variável, podendo ser ajustada antes do lançamento – caso desejado, sua força pode ser reduzida a ‘apenas’ 0,3 kiloton. Isso é feito controlando o fluxo de trítio, um isótopo do hidrogênio, dentro da bomba. O conceito por trás das bombas nucleares de baixa potência é assustar o oponente, sinalizando uma possível intensificação do conflito – e fazer com que ele recue. Isso em teoria, claro.

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As 100 bombas ficam em países membros da OTAN, mas essas nações não têm o controle sobre elas: as bases são operadas pelos EUA, e para armar as bombas é necessário ativá-las por meio do sistema Permissive Action Link – fornecendo códigos secretos que ficam em poder americano. França e Reino Unido, que fazem parte da OTAN, possuem arsenais próprios.

O arsenal americano de 100 bombas na Europa já seria mais do que suficiente para uma grande guerra nuclear. Mas é muito menor do que já foi: na década de 1970, os EUA e a OTAN chegaram a ter 7.300 artefatos nucleares espalhados pelo Velho Continente.

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