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Bruno Garattoni

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Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
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“Forza Horizon 5” é o primeiro blockbuster da era pós-consoles

Game de corrida da Microsoft tem gráficos lindos e um grande mundo aberto, cheio de vida. Mas o mais relevante é que, além de rodar no Xbox, ele também pode ser jogado via 'nuvem' - em tablets, smartphones ou qualquer computador, mesmo sem placa de vídeo; leia review

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Atualizado em 6 set 2024, 09h26 - Publicado em 9 nov 2021, 13h52

Game de corrida da Microsoft tem gráficos lindos e um grande mundo aberto, cheio de vida. Mas o mais relevante é que, além de rodar no Xbox, ele também pode ser jogado via ‘nuvem’ – em tablets, smartphones ou qualquer computador, mesmo sem placa de vídeo

A sequência de abertura de “Melancolia” (2011), filme do dinamarquês Lars von Trier, está entre as mais marcantes do cinema. Um planeta está prestes a se chocar com a Terra, significando a aniquilação da humanidade – que o filme retrata como um balé cósmico em câmera ultra-lenta, entremeado com as consequências dessa aproximação (como a eletrização da atmosfera) e situações-chave da vida da protagonista. É poético, paradoxalmente delicado – e muito bonito.

A sequência de abertura de “Forza Horizon 5”, que está sendo lançado hoje pela Microsoft, é a mais impressionante dos games de corrida. Um avião cargueiro sobrevoa o México, onde o jogo se passa, e solta quatro carros de paraquedas em vários pontos do país (um vulcão, uma estrada, uma floresta, uma praia), para que você os dirija até determinado lugar. É exagerado, envolvente – e muito bonito. 


Em alguns momentos, como a descida da encosta do vulcão (veja trecho entre 2:30 e 3:00 no vídeo acima), os gráficos chegam a lembrar o foto-realismo do “Flight Simulator”, também da Microsoft, que usa imagens de satélite para reproduzir a Terra. Só que, desta vez, com o terreno visto de perto e um nível de detalhes muito maior. É bem impressionante; e deixa claro que “Forza Horizon 5” é um game da nova geração. 

Os cenários com rochas e os momentos de chuva são os mais caprichados, e que eventualmente resvalam no fotorrealismo. Os outros não chegam lá; mas também são visualmente excelentes. Em especial se você entrar no menu de configurações e selecionar a opção “Performance”, que renderiza os gráficos a 60 fps (quadros por segundo). O modo padrão, 30 fps, não traz quase nenhum benefício – sua qualidade gráfica é quase idêntica. Os 60 fps frequentemente são superestimados (em muitos games, é melhor jogar a 30 e ter todos os efeitos visuais), mas aqui valem a pena.

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“Forza Horizon 5” segue a fórmula do antecessor: é um enorme mundo aberto pelo qual você dirige de corrida em corrida (são centenas delas, sem contar os modos online), desbloqueando novos carros – mais de 500 ao todo. Agora o game também tem uma história principal, que serve de fio condutor, e o modo Horizon Event Lab: dá para disputar corridas criadas por outras pessoas (que definem o percurso, os carros e outros detalhes), ou criar e compartilhar as suas. É uma ferramenta promissora, que pode resultar num bom acervo de conteúdo colaborativo – como em “Super Mario Maker”, da Nintendo. 

Testamos o game no Xbox Series X. Mas ele também roda muito bem no Xbox Series S, inclusive a 60 fps, e no Xbox One (S e X), da geração passada – com a diferença de que os consoles antigos, que não têm SSD, sofrem com os carregamentos inevitavelmente lentos, de 50 segundos em média (contra menos de 10 no Series X/S). Mas o mais interessante é que, além dos consoles (e do PC), “Forza Horizon 5” também funciona na nuvem, rodando nos servidores da Microsoft – e pode ser jogado em tablets, smartphones ou qualquer computador (inclusive os mais fracos, sem placa de vídeo dedicada, ou que não rodem Windows). 

Basta um joystick – USB ou Bluetooth – e uma assinatura do serviço Xbox Game Pass, que custa R$ 30 mensais e dá acesso a mais de 200 títulos (o game também é vendido separadamente, por R$ 249). Para jogar “Forza Horizon 5”, não é preciso comprá-lo; nem adquirir um console. E isso é revolucionário.

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Tela do serviço Xbox Game Pass rodando em tablet Android (Microsoft/Reprodução)

O modo nuvem é totalmente integrado, ou seja, todos os jogadores podem correr contra todos os outros – não importa qual plataforma cada um esteja usando. Da até para alternar entre o Xbox e a nuvem: você pode jogar no console quando estiver em casa e no seu smartphone ou tablet durante as férias, por exemplo. O progresso nos jogos é salvo e sincronizado automaticamente.

Nos nossos testes (com um tablet Samsung Galaxy S5E e Wi-Fi de 5 GHz), funcionou perfeitamente: “Forza Horizon 5” carregou rápido e não houve atraso entre os comandos e a resposta na tela. Isso depende da qualidade da conexão à internet – o mínimo são 10 Mbps, o que não é nada demais, mas há outros fatores envolvidos, como latência e estabilidade. Um porém importante é que, no modo nuvem, não há vibração do controle (mesmo se você usar o de Xbox, que tem essa função). Bem que a Microsoft poderia habilitar isso; faz falta.

“Forza Horizon 4” era o melhor game de corrida do mercado: seus gráficos, trilha sonora, riqueza de conteúdo, tom e comunidade online vibrante deram à Microsoft uma liderança indiscutível nesse setor (à qual a Sony ainda não conseguiu responder). “Forza Horizon 5” dá um belo passo à frente, inaugura um futuro em que os lançamentos de games se libertam do hardware – e os blockbusters podem ser jogados em qualquer plataforma. 

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