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Bruno Garattoni

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Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
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Google Wi-Fi funciona bem, mas preço é um problema

Roteador mesh do Google, que está sendo lançado no Brasil, cobre bem a casa com sinal de internet - mas rival oferece desempenho similar por R$ 1.000 a menos; leia review

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 set 2024, 09h26 - Publicado em 19 out 2021, 13h37

Roteador mesh do Google, que está sendo lançado no Brasil, cobre bem a casa com sinal de internet – mas rival oferece desempenho similar por R$ 1.000 a menos; leia review

Cantos onde o sinal não chega, quedas de velocidade sem explicação, e a eterna corrida armamentista com os vizinhos – cujas redes parecem cada dia mais fortes, com sinais mais potentes que o seu dentro da sua própria casa. Todo mundo tem algum problema com Wi-Fi. E a primeira coisa que as pessoas fazem para tentar resolver isso é comprar um repetidor, que custa de R$ 200 a R$ 300. 

Ele realmente estende o alcance do sinal, com dois grandes poréns. Como o repetidor não tem inteligência nenhuma, simplesmente capta e retransmite o sinal Wi-Fi, a rede fica bem mais lenta: a perda de velocidade costuma ser de 50%. Além disso, você fica com redes separadas para o roteador principal e o repetidor, e precisa alternar manualmente entre elas conforme anda pela casa (até dá para fazer uma rede única, mas isso costuma causar interferências terríveis, reduzindo ainda mais a velocidade). Sem falar nas perdas de conexão: com frequência, você precisa desligar e ligar o repetidor para que ele volte a reconhecer o roteador principal.

Trocar o roteador por um melhor também não costuma resolver o problema: ou você ganha velocidade e perde alcance, ou ganha alcance e perde velocidade. A única solução que realmente funciona são as redes Wi-Fi mesh. Elas são formadas por dois ou três aparelhos idênticos, que se comunicam entre si e são inteligentes o bastante para coordenar a distribuição do sinal pela casa – mantendo uma rede unificada e sem os problemas dos repetidores comuns. 

Imagem do roteador Google Wi-Fi.
(Google/Divulgação)
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Existem alguns produtos do tipo. Um deles é o Google Wi-Fi, que está sendo lançado no Brasil. Ele é pequeno e discreto, e bem fácil de instalar: mesmo quem não tem muita intimidade com equipamentos de rede vai tirar de letra. Nós o testamos por dez dias, comparando com um sistema mesh Deco M4, da marca TP-Link. 

Na minha casa, a internet é de 250 Mbps. O cabo da operadora chega pelo escritório, onde fica o primeiro “nó” da rede mesh. Com o Google Wi-Fi, consegui 210 Mbps de velocidade média nesse cômodo – um pouco menos que o Deco, que superou 240 Mbps, mas ainda assim um ótimo resultado. Na sala, também houve pequena vantagem para o Deco, que alcançou 130 Mbps contra 120 Mbps do Google. Considerando as flutuações de velocidade típicas das redes Wi-Fi, dá para dizer que ambos estão em empate técnico. 

A maior diferença foi no quarto, onde o Deco alcançou 225 Mbps – mas o sistema do Google, mesmo repetindo os testes muitas vezes (com os serviços Fast.com e Speedtest), nunca conseguiu passar de 135 Mbps. Isso é mais do que suficiente para o uso naquele cômodo, que consiste em ver streaming e navegar na internet. Mas é uma diferença grande. 

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Por outro lado, o Google Wi-Fi é visivelmente mais estável. Uso o Deco M4 há aproximadamente um ano, e ele de vez em quando perde velocidade (a rede dá uma congestionada). Isso é relativamente raro, não chega a ser um problema. Mas também já aconteceu algo mais sério: em duas ocasiões, o Deco simplesmente travou, e isso não se resolveu desligando e religando os aparelhos – eu tive que resetá-los e recriar toda a rede. 

O roteador do Google não exibiu sinais do tipo; ele simplesmente funciona. Outra vantagem é que nele a abertura (“encaminhamento”) de portas, um ajuste necessário para jogar online sem perder desempenho nem enfrentar bugs, é um pouco mais simples de fazer do que no Deco. Em tempo: o Google diz que seu aparelho não monitora o tráfego de rede, e não coleta nem envia essa informação para a empresa.  

Um ponto negativo é que o Google Wi-Fi, assim como o Deco M4, não adota o novo padrão Wi-Fi 6E, que opera na frequência de 6 GHz (ele trabalha nas bandas tradicionais de 2,4 GHz e 5 GHz, alternando automaticamente entre elas conforme o dispositivo conectado).

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O Google Wi-Fi é um ótimo produto. Seu problema é o preço: R$ 999 por uma unidade (que sozinha não funciona como rede mesh), ou R$ 2.000 por três unidades. Já o Deco M4 costuma ser encontrado entre R$ 800 e R$ 900, pelo kit com duas unidades. É muito mais barato (não confundir com o modelo Deco E4, que custa ainda menos mas é limitado a 100 Mbps).  

Mesmo considerando a estabilidade e a simplicidade do Google Wi-Fi, é difícil justificar gastar R$ 1.000 a mais – especialmente considerando que o Deco M4 é mais rápido. Por isso, o Google deveria reduzir o preço do seu produto. Um kit com duas unidades a R$ 1.200 ou R$ 1.300, por exemplo, seria bem mais competitivo.    

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