O dólar está alto. Mas já esteve muito mais
R$ 7,60. Esse é o maior valor que a moeda americana já alcançou no Brasil. Veja quando - e por que - isso aconteceu.
R$ 7,60. Esse é o maior valor que a moeda americana já alcançou no Brasil. Veja quando – e por que – isso aconteceu.
A forte alta do dólar, que disparou nos últimos dias e alcançou o valor de R$ 4,27, o maior já registrado, tem dominado as atenções do mercado financeiro – e preocupado quem pretende viajar ao exterior. Também é provável que, daqui a alguns meses, esse movimento gere pressão inflacionária (já que o Brasil importa insumos centrais da economia, como diesel e trigo). Mas o que nem todo mundo sabe é que, em valores reais, o dólar já esteve muito mais alto. E bota alto nisso.
No segundo semestre de 2002, as turbulências do processo pré-eleitoral fizeram a moeda americana chegar a R$ 3,95 – um valor que, corrigido pela inflação acumulada de lá para cá, equivale a R$ 10,81. Porém, isso não leva em conta a inflação do dólar. A moeda americana também perdeu valor nesses últimos 17 anos. Se você descontar a inflação dos EUA, a cotação corrigida seria de R$ 7,60.
Hoje é até difícil imaginar o impacto econômico de um dólar nessa altura, mas aconteceu. O temor de investidores estrangeiros com o prognóstico da corrida presidencial (provável vitória de Luis Inácio Lula da Silva) provocou intensa fuga de capital, e consequente alta da moeda americana por aqui. Fernando Henrique Cardoso estava terminando seu segundo mandato, e as reservas internacionais -os dólares que ficam guardados no Banco Central, e são usados para cobrir eventuais déficits na balança comercial- estavam em parcos US$ 32 bilhões. Naquele ano, o governo teve de pedir US$ 30 bilhões emprestados ao Fundo Monetário Internacional.
Após a eleição, o temor dos investidores não se concretizou: o governo Lula não implantou medidas restringindo a entrada e a saída de capital financeiro, cujo fluxo foi se normalizando. Em 2005, o Brasil pagou o empréstimo do FMI. Ao longo dos anos seguintes, a alta nos preços das commodities que o Brasil exporta (especialmente o petróleo e o minério de ferro) permitiu que o País fosse acumulando grande quantidade de reservas internacionais, que ascenderam a um patamar totalmente diferente: hoje, elas são de US$ 367,7 bilhões.
É um valor mais do que suficiente para combater ondas especulativas e cobrir eventuais desequilíbrios na balança comercial (ou na balança de transações correntes, que é a balança comercial mais as remessas de lucros das empresas multinacionais para suas matrizes). Nos últimos 12 meses, nossa balança de transações correntes ficou negativa em US$ 54,8 bilhões. As reservas internacionais têm volume suficiente para cobrir isso por um certo tempo. Mesmo assim, vale notar que elas vêm tendo uma redução significativa: em junho, eram de US$ 390,5 bilhões.
Homem de Marree: o geoglifo gigante na Austrália que ninguém sabe quem fez
Por que as notas Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si têm esse nome?
Golfinhos são vistos usando esponjas como chapéus
Seu nome está no ranking? Saiba como explorar a nova plataforma Nomes do Brasil
Como fazer seu cachorro feliz? Confira 5 dicas da ciência







