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Como as Pessoas Funcionam

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Estudos científicos e reflexões filosóficas para ajudar você a entender um pouco melhor os outros e a si mesmo. Por Ana Prado

Conselhos errados que as pessoas dão: Você só vai vencer na vida se for muito exigente consigo mesmo

Por Ana Carolina Prado
Atualizado em 21 dez 2016, 09h50 - Publicado em 3 ago 2011, 16h02

Continuamos com a série que apresenta conceitos errados de psicologia que estão espalhados por aí disfarçados de conselhos bem-intencionados.

autocritica

“Acredite em si mesmo e não aceite uma derrota!” “Você precisa ter uma autodisciplina impecável para ter sucesso”. Você já perdeu a conta de quantas vezes ouviu essas frases, certo?  É claro que boas doses de autoconfiança e disciplina são necessárias para atingirmos nossos objetivos. Mas a ciência já descobriu que é preciso pegar leve com essa exigência toda.

Estudos recentes revelaram que quem cobra demais de si mesmo apresenta níveis mais altos de depressão e ansiedade. Enquanto isso, quem é mais compreensivo com as próprias falhas é mais feliz, otimista e, de quebra, ainda tem mais saúde.

A professora de desenvolvimento humano da Universidade do Texas em Austin Kristin Neff, uma das pioneiras nesse novo campo da psicologia chamado autocompaixão, diz que muita gente não é compreensiva consigo mesma porque teme cair na autoindulgência ou baixar seus padrões de excelência.  “Eles acham que a autocrítica é o que os mantêm na linha”, disse ela ao New York Times. Tudo culpa da ideia difundida de que se deve ser extremamente exigente e autocrítico para ter sucesso. Mas a verdade é que, segundo Neff, a autocompaixão estimula as pessoas porque as leva a se cuidarem melhor. Quanto mais você se cuidar – e quanto menos energia gastar se criticando – melhor se sairá.

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Agora, como é que vamos saber a medida exata de autocompaixão? Uma boa saída é nos perguntarmos se tratamos nós mesmos tão bem quanto tratamos nossos amigos e familiares. E isso é mais difícil do que parece. Um estudo recente descobriu que, no geral, as pessoas que costumam apoiar e compreender as falhas dos outros são muito mais rígidas com suas próprias falhas.

Em termos práticos: como você agiria se tivesse um filho com dificuldades na escola? Muitos pais dariam apoio e ajudariam com aulas extras. Mas e quando você é quem está nessa situação, talvez com problemas no trabalho ou com dificuldade para emagrecer?  Aí o tratamento muitas vezes é diferente: cai-se num ciclo de negatividade e excesso de crítica. Se essa estratégia é inútil na hora de ajudar outra pessoa, por que haveria de funcionar com nós mesmos?

Um estudo de 2007 da Universidade de Wake Forest mostrou que um pequeno incentivo à autocompaixão já produz resultados.  Os pesquisadores convidaram 84 mulheres para uma experiência de degustação de alguns doces engordativos que são proibidos para quem deseja manter a forma. Um instrutor pediu a algumas voluntárias que não fossem duras consigo mesmas, já que todo mundo naquele estudo comeria aqueles doces e não havia razão nenhuma para se sentirem mal ao fazerem isso também.

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No fim, as mulheres que costumavam ter sentimento de culpa a respeito de alimentos proibidos e que ouviram aquela mensagem comeram menos do que as outras.  Os pesquisadores acreditam que isso aconteceu porque, ao se permitirem apreciar os doces, elas os apreciaram melhor e ficaram satisfeitas com menos. Já quem estava com sentimentos de culpa acabou comendo mais para tentar se sentir melhor. Coisa que, no máximo, permitiu só um prazer momentâneo e aumentou o sentimento de culpa posterior, num círculo vicioso. Isso também pode funcionar com o vício na internet, por exemplo. Ou com problemas de concentração.

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