Pesquisadores do setor de ciências biológicas da Universidade da Ânglia Oriental, em Norwich, no Reino Unido, concluíram, após observarem besouros da espécie Tribolium castaneum, que os insetos machos que vivem em colônias com uma grande população de fêmeas acabam tendo mais relações homo e bissexuais.
A homossexualidade animal vinha atraindo a curiosidade de pesquisadores havia anos, já que ela requer tempo, gasto de energia, riscos de doenças e ferimentos, e não oferece nenhuma possibilidade de transmitir genes para gerações futuras. Por isso, especulou-se que o cruzamento de besouros machos era apenas uma forma de mostrar a dominação sexual sobre os rivais, um traço comportamental ou orientação sexual.
Mas os resultados do estudo mostraram que os besouros machos tiveram mais relações sexuais com outros machos em ambientes com mais besouros fêmeas. Isso acontece porque há menos pressão em achar uma companheira para procriar. Com esse cenário, os insetos sentem que podem relaxar na competição e experimentam o sexo uns com os outros. Em ambientes com menos fêmeas, houve menos casais homossexuais e mais heterossexuais, porque a briga pela procriação voltava a ser acirrada, então eles não teriam tempo de curtir um sexo recreativo.
“Em comunidades dominadas por fêmeas, era mais provável que um besouro reproduzindo aleatoriamente irá realmente cruzar com uma fêmea e então gerar descendentes”, disse Kris Sales, pesquisador que liderou o estudo. Sales alerta que o comportamento de besouros não pode ser replicado para membros de outras espécies. “Os resultados não podem ser generalizados para explicar o comportamento de animais com funções cognitivas e estruturas sociais mais complexas,
como aves e mamíferos”.